Enquanto o número de casos de coronavírus aumentam no Paraná, o governador golpista Ratinho Junior (PSD), decretou o toque de recolher das 23 horas às 05 da manhã. Mas a medida além de extremamente autoritária, pois se trataria nada mais nada menos que mais um estado de sítio, ou seja, uma porta aberta para uma ditadura escancarada, um sinal verde para a política reprimir a vontade a população, toque de recolher mediante violência estatal, etc ainda por cima é inconstitucional.
Segundo decisão do Supremo Tribunal Federal em decisão sobre medida social extrema adotada pela Prefeitura de Umuarama em abril deste ano por conta da pandemia, a medida para ser adotada deveria ter respaldo de autoridades sanitárias como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e dentro de uma coordenação entre governos e outras ações. O decreto, na outra ponta, não restringe o horário de funcionamento do comércio ou impõe regras mais duras em parques.
Explosão do coronavírus
O Paraná atingiu nesta semana a marca de 300 mil casos de coronavírus. Segundo boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde, foram confirmados mais 1.465 casos, além de 1.241 retroativos do período de 25 de junho a 5 de dezembro. Foram informadas ainda 38 mortes decorrentes da doença, 13 mulheres e 25 homens, com idades que variam de 24 a 94 anos. Com os novos números, o estado já soma, desde o início da pandemia, 301.458 casos e 6.414 mortes por Covid-19.
Durante as eleições, houve uma enorme campanha da burguesia para esconder os dados da epidemia. Passado o pleito, vemos que aumentaram os números, tanto de casos como de óbitos. Nesse sentido, expôs o papel cinico da imprensa burguesa que fazia propaganda de que os governos burgueses tinham vencido o coronavírus, e que agora foram tomados por essa situação calamitosa em que os hospitais estão lotados e não há unidades de atendimento suficientes para tratar a população.
População abandonada e reprimida
Enquanto o governo do roedor golpista Ratinho Junior liberou milhões para os capitalistas do transporte, por exemplo, por outro lado não tratou das questões mais básicas diante de uma pandemia como por exemplo o número de leitos, não abriu concursos para contratar profissionais da saúde, não investiu em respiradores (inclusive existe uma denúncia em que uma médica de uma Unidade de Pronto Atendimento precisou ficar por 2 horas fazendo respiração manual em um paciente). É uma situação degradante e desesperadora.
O que se vê é que a população está totalmente abandonada diante da pandemia e a medida autoritária e ditatorial do governo de Ratinho Junior vem para encobrir sua incompetência em tratar da epidemia do coronavírus, assim como todos os governos burgueses que no começo da pandemia foram vendidos como ”governos científicos” porque tinham uma discordância menor sobre a questão da quarentena com o governo Bolsonaro, mas logo se unificaram em torno da reabertura e do genocídio da classe trabalhadora, ”morra quem morrer”.
De um lado o vírus, do outro a PM
Após o fracasso de volta as aulas presenciais durante a epidemia, o governo do PSD decreta um toque de recolher supostamente para combater a epidemia. É preciso denunciar que não se trata de combater o vírus, pois o próprio governo nunca esteve preocupado em tratar a doença, é uma mera medida de propaganda e uma forma de controlar a população e culpar o povo, como fez o prefeito de Curitiba, Rafael Greca (DEM), que atribuiu as novas bandeiras de distanciamento social ao ”povo que não se cuida”, uma maneira de encobrir a própria incompetência em lidar com a questão, desde os kits de higiene que deveriam ter sido distribuídos a população, alimentação e cestas básicas devido ao alto desemprego, etc.
A verdade é que os governos burgueses não fizeram nada para combater o vírus e agora culpam a população. É preciso denunciar a medida antidemocrática do governo bolsonarista do Paraná como uma política reacionária para o estado reprimir o povo, que além de ter que lidar com uma doença que já dizimou milhares de pessoas, também tem que lidar com a violência de outra máquina de matar: a Polícia Militar.