O governo Jair Bolsonaro acaba de nomear mais um fanático evangélico de extrema-direita para exercer a direção de uma instituição pública. Benedito Guimarães Aguiar Neto, ex-reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, é o novo presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Benedito se declara adepto da teoria criacionista – de tipo religioso – e quer estimular o ensino do criacionismo como contraponto à teoria científica da evolução das espécies no ensino público, começando pela educação básica. A Universidade Mackenzie mantém um grupo de estudos de “ciência, fé e sociedade”, que na verdade é uma forma de promover a ideologia religiosa que se foca no Design Inteligente (DI), uma versão do criacionismo bíblico disfarçada.
A Capes é uma agência ligada ao Ministério da Educação (MEC) responsável pela pesquisa científica e concessão de bolsas de estudo de mestrado e doutorado a nível nacional. Além disso, a agência tem função de elaborar um conceito sobre os programas de pós-graduação das universidades, o que, a depender do conceito, pode causar o descredenciamento do programa.
As instituições do Estado estão sendo progressivamente ocupadas pela extrema-direita bolsonarista. A Capes vai passar para as mãos de um fanático religioso que não acredita na ciência e que era reitor de uma universidade privada, cuja burocracia é historicamente de extrema-direita. O governo Bolsonaro busca utilizar as instituições do Estado, em especial as da área da Educação e Cultura, para difundir o programa do conservadorismo fascista, anticientífico e obscurantista, do qual é adepto.
Na época da ditadura militar, o Mackenzie abrigava a milícia fascista Comando de Caça aos Comunistas (CCC) e foi palco de enfrentamentos entre os estudantes fascistas e a esquerda.