No momento em o País já completava mais de mil mortos e cerca de 20 mil infectados pela covid-10, segundo os dados oficiais divulgados pelos governos de direita que não correspondem – nem de longe – à realidade, o Diretório Nacional do maior partido da esquerda brasileira, o PT, se reuniu última quinta feira para adotar um posicionamento frente à situação politica.
A parte rica e bem nutrida da sociedade, pode não ter pressa; mas os milhões que estão passando fome, desempregados e sem atendimento médico para si e seus familiares, tendem a se desesperar: “quem tem fome tem pressa”, repetia a esquerda em uma campanha assistencialista liderada por Betinho, o irmão do cartunista Henfil, na década de 90.
Mas esquerda pequeno-burguesa e burguesa parece que pode esperar. Talvez porque não atravesse os mesmos problemas que a população pobre e explorada.
A maioria da direção do PT, por exemplo, expressou essa disposição ao recusar mais uma vez a se posicionar a favor do ao ‘fora, Bolsonaro’ em meio à pandemia do coronavírus, ao recorde de desemprego, aumento exponencial da fome etc.
Segundo divulgaram seus dirigentes e imprensa capitalista fez questão de repercutir, com certo alívio, “o foco do partido continua na pandemia do coronavírus, com defesa do isolamento social e cobranças para que o governo federal aja na proteção aos mais vulneráveis“, Ou seja, o PT vai cobrar e esperar que o governo fascista e inimigo da população pobre, negra, favelada, indígena etc. “aja na proteção aos mais vulneráveis”.
Contrariando, com certeza, boa parte (quem sabe a maioria?) das bases do PT, seu Diretório Nacional disse que o povo pode esperar. Sua direção, “vê esse movimento como legítimo, mas não endossa o coro“.
Vai ficar na arquibanca assistindo. Ou como afirmou o ex-deputado Jilmar Tatto, secretário de comunicação do partido, “o PT tem o sentimento de apoiar manifestações do campo popular, se solidariza, entende por que as pessoas fazem panelaço”; para ele “Bolsonaro não serve para o país, não tem mais condições de governar, está isolado. Mas agora o povo não está na rua, porque não pode. O Congresso não está se reunindo.” Ou seja, o Partido dos Trabalhadores – se depender de sua direção – não vai mover uma palha para derrubar Bolsonaro e por fim ao sofrimento do povo.
Com tal política o PT permanece, junto com a maioria da esquerda, na posição de ficar a reboque da direita. por exemplo, defendendo os governadores liderados por Dória, Witzel e Caiado, “contra” Bolsonaro deixando de lado que ambas as alas em disputa da burguesia (que esses setores representam) estão conduzindo o povo a um genocídio, enquanto defendem os interesses dos banqueiros e grandes capitalistas.
Vai esperar para que uma ala da burguesia golpista que derrubou a presidenta Dilma, prendeu e condenou ilegalmente o ex-presidente Lula e está levando o povo para a miséria, se decida a derrubar Bolsonaro, em função dos seus próprios interesses ameaçados. Quem sabe aí a maioria do Diretório mude de opinião?
É a política do “fica Bolsonaro”, contra a política do “Fora Bolsonaro e todos os golpistas”.
O presidente ilegítimo, cambaleando em meio à crise, só tem a agradecer à direção do PT. Mas será por pouco tempo. A paciência do povo tem limites!