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Expedito Mendonça

Militante trotskista há 40 anos, fundador e atual diretor do Sindsep-DF. Formado em História pela UniCEUB, membro da comissão de redação do Jornal Causa Operária e colunista do Diário Causa Operária.

Genocídio declarado

Primeiro a gente deixa morrer, depois vemos o que fazer

O Ministério da Saúde propõe intervir para conter o aumento dos casos de coronavírus somente quando já houver milhares de mortos

Pode parecer surpreendente, mas em se tratando do governo de extrema direita, genocida e fascista que se instalou no País como resultado do golpe de Estado, nada parece mais surpreender. É o que se vê neste momento – e em muitos outros nesses quase dois anos de (des)governo Bolsonaro – no que diz respeito à problemática da pandemia do coronavírus no Brasil. 

Em meio aos sinais evidentes de que uma nova onda de casos de infecção e mortes bate às portas do país, como apontam e prognosticam todos os mais renomados especialistas, o Ministério da Saúde, tutelado pelo Palácio do Planalto e comandado por generais sem qualquer conhecimento de saúde pública, afirmou que ainda não é hora de adotar medidas e que o alerta somente será disparado quando houver alta consistente no número de mortes

Não se surpreendam, pois é isso mesmo. O Órgão nacional responsável pela estratégia de combate à pandemia no país – pelo menos é isso o que se espera do Ministério da Saúde – declarou, com todas as letras, sem meias palavras, que irá esperar pela  morte de mais brasileiros para “disparar o alerta” e daí entrar em ação, agir; se for o caso, obviamente, pois a julgar pelo que fez (ou melhor, pelo que não fez) não devemos esperar muita coisa do general e dos demais representantes da burocracia fardada que se encontram encastelados na pasta da saúde. 

Enquanto o Ministério da Saúde aguarda impassível a morte de mais algumas centenas, talvez milhares de brasileiros, o sinal de alerta já soou entre a comunidade científica do país. Os especialistas apontam que a decisão da cúpula que dirige o Ministério está na via oposta do que há de mais elementar no que tange a uma estratégia eficaz de medidas para se antecipar a uma iminente e quase inevitável “segunda onda” de infecção no país. Secretários estaduais e municipais de saúde exigem reforço na estratégia de testes, pedindo ainda que o custeio de leitos para o tratamento de pacientes seja garantido. A preocupação diz respeito ao fato de que não há previsão de recurso extra para o financiamento do combate à pandemia.

Para se ter uma ideia da completa negligência da pasta comandado pelo general Pazuello em relação à pandemia, a meta inicial consistia na realização de 24,2 milhões de testes PCR pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Esta meta – já muito tímida – foi completamente abandonada, pois somente foram realizados 4,8 milhões destes exames, o que corresponde a somente 20% do que estava previsto.  

Para os estudiosos da matéria, a estratégia do Ministério pode gerar um descontrole ainda maior da pandemia no Brasil. “Será uma ação tardia, se deixar para agir após o aumento de óbitos. Este é o último dado que vai registrar alta. São semanas até se traduzir em aumento nos óbitos”, afirmou Marcelo Gomes, pesquisador da Fiocruz e coordenador da plataforma InfoGripe (Estadão, 19/11). Outra declaração partiu de Carlos Lula, presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Ele afirma que “a Europa já vive sua segunda onda. É questão de tempo ela chegar ao Brasil” (Idem, 19/11).

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