Por Izadora Dias
“Estou apavorado com o que pode vir” esta é a frase da carta de um detento à sua esposa, por isso dedico a minha coluna desta semana para denunciar a situação nos campos de extermínio no Brasil e o genocídio que a direita realizará no País se nada for feito.
O trecho citado acima, faz parte de uma das inúmeras cartas que presos tem enviado a suas famílias contando a alarmante da situação dos presidiário no país, o autor destas palavras, ainda explica à companheira a situação de abandono dos presos, e o tom de despedida, nas milhares de cartas, denuncia a gravidade da situação nas penitenciárias durante a pandemia do coronavírus.
Em uma outra carta, outro detento conta à esposa que ele teve tuberculose anos atrás e que durante os dias passados, tem sentido muita dor nas costas e ao procurar atendimento na enfermaria do presídio, não conseguiu, pois havia muitos outros para serem atendidos. E assim como ele, outro detento relata que tem apresentado todos os principais sintomas do coronavírus e mesmo assim, ainda não foi testado e muito menos isolado dos outros detidos, como é recomendado ser feito em caso de suspeita de coronavírus.
Há relatos também sobre a condição dos funcionários dos cárceres:
“Tem 30 presos isolados esperando as confirmações. Tem funcionário chorando, falando que tem família, que está com medo de pegar o vírus. E nós não temos ninguém. A única coisa que nos resta é rezar. E pedir a Deus que nos proteja. Proibiram até a visita do advogado. A única pessoa que poderia fazer algo por nós”
Os detentos não têm recebido nenhuma visita, inclusive não conseguem mais ter acesso ao conhecido como “jumbo”, uma cesta com alimentos, remédios que os familiares enviam aos detidos, pois as refeições, na maioria dos presídios, são quase impróprias para o consumo.
Estes relatos escancaram a situação das pessoas presas no Brasil, são dezenas de seres humanos encarcerados em cubículos em um ambiente totalmente insalubre e impróprio para recuperação de qualquer ser que seja. E agora, com a pandemia, essas pessoas estão destinadas a morrer.
Não é por acaso que tem aumentado os casos de motins nas cadeias. Na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP) em Manaus, cidade onde o sistema de saúde já entrou em colapso, imagina no sistema prisional, houve rebelião na tarde de Sábado (02) e essas pessoas estão em sua total razão de reivindicarem o seu direito a continuarem vivas.
Os governos já provaram que não conseguem e não têm a boa vontade de resolver a crise da pandemia nem mesmo para a sociedade livre, imagina para os presos, que os governantes nem consideram como gente.
E lembrando que de acordo com as leis, essas pessoas foram condenadas a prisão e não à morte. Por isso, se o Estado não quer e não têm a mínima condição de controlar a situação da pandemia dentro dos presídios, precisa liberar urgentemente todos os presos não perigosos, pois caso contrário, essa situação, digna de roteiro de filme de terror, produzirá milhares de mortes e veremos a direita realizar um verdadeiro genocídio no país.
Libertar todos os presos não perigosos já!
