A Universidade de Férias é organizada pelo Partido da Causa Operária e por sua juventude, a AJR (Aliança da Juventude Revolucionária), há mais de 20 anos e se tornou a mais tradicional atividade de formação política da esquerda nacional.
Devido às condições impostas pela pandemia do coronavírus, a próxima Universidade de Férias será realizada em versão online entre janeira e fevereiro.
O tema do curso será “O que foi o stalinismo, uma análise marxista”, que além de sua importância teórica, tem uma importância para a luta política atual. O curso será ministrado pelo companheiro Rui Costa Pimenta, presidente nacional do PCO, militante há mais de 40 anos.
A burguesia promove os “stalinistas”
Uma análise importante sobre o stalinismo que será esmiuçada no curso é a de que este é um fenômeno que não existe mais. O que se pode chamar de stalinismo é um resultado da burocracia que tomou conta da URSS pós-Lênin e dos partidos comunistas do mundo todo. Esse fenômeno social desapareceu. O que se convencionou chamar stalinismo hoje em dia não é nada mais do que um amontoado de pretensos teóricos que vêem em Stálin um mito político, atribuindo a ele feitos que são produto de uma história mitológica, que é exatamente o oposto da realidade.
No entanto, há uma promoção desses teóricos, “historiadores” e os chamados “influenciadores” digitais que se consideram stalinistas ou simpatizantes. Esse foi o caso recente da promoção via rede Globo do youtuber do PCB, Jones Manoel, e do escritor italiano Domênico Losurdo por Caetano Veloso em um programa de entrevistas comandado pelo jornalista direitista Pedro Bial. O compositor afirmou que graças ao youtuber, que lhe apresentou Losurdo, ele teria se tornado “menos liberalóide”. O fato repercutiu enormemente no restante da imprensa golpista, como a Folha de S. Paulo e o Estado de S. Paulo, e entre os meios da esquerda pequeno-burguesa que praticamente transformou o fato numa vitória da esquerda.
A grande questão é saber qual o interesse de Caetano Veloso, da rede Globo e de toda a imprensa golpista em promover esses stalinistas.
Uma ala esquerda da frente ampla
A promoção por parte da burguesia tem um motivo bastante claro. Caetano Veloso é um dos principais instrumentos da frente ampla, uma espécie de ponte que liga a esquerda à direita tradicional. A manobra da frente ampla é uma operação para colocar a esquerda a reboque da direita, isolando Lula e o PT. Não à toa, Caetano apoiou Guilherme Boulos nas eleições em São Paulo, um dos principais defensores da frente ampla no meio da esquerda. O youtuber Jones Manoel, stalinista e divulgador de Losurdo é outro que apoio a candidatura Boulos, junto com seu partido, o PCB.
Por mais grotesco que possa ser, o stalinismo é apresentado como uma corrente comunista e radical da esquerda. Uma falsificação, mas que serve o propósito de engatar elementos mais ativos e esquerdistas, que a princípio seriam refratários à manobra direitista da frente ampla, na operação golpista.
Por tudo isso, que será explicado pormenorizadamente no curso da Universidade de Férias, o estudo do que foi o stalinismo ganha grande importância do ponto de vista da luta política atual contra o golpe de Estado.
Esclarecendo a confusão
O estudo do stalinismo de um ponto de vista marxista é crucial para desfazer as confusões que foram geradas entre a esquerda pequeno-burguesa.
O próprio stalinismo como política é o precursor de toda a política direitista que é levada pela esquerda hoje, inclusive por aqueles que se reivindicam trotskistas. A capitulação diante do golpe de Estado e do fascismo, a colaboração de classes, a política reformista, tudo isso foi colocado em prática pelo stalinismo com consequências desastrosas para a classe operária mundial. E tudo isso é repetido hoje em dia por toda a esquerda pequeno-burguesa, da mais moderada à mais radical.
A luta teórica nesse sentido é essencial para a luta política e para um marxista só faz sentido se for assim.
A construção de um partido verdadeiramente revolucionário
Toda a atividade teórica de um partido trotskista, ou seja, bolchevique-leninista, visa a criar as melhores condições para a construção de um partido operário e revolucionário. “Sem teoria revolucionária não há movimento revolucionário”, já afirmava o grande revolucionário russo, V. Lênin.
É por isso que o PCO dedica todos os seus esforços para o aprofundamento da teoria, para a formação dos seus militantes e o esclarecimento político, sempre baseado na polêmica com as demais correntes da esquerda.
A construção do partido revolucionário, que seja independente da burguesia e de todas as variações da esquerda pequeno-burguesa, é a condição para a vitória da classe operária mundial.
Como se inscrever
A inscrição para ter acesso às aulas e ao material do curso é de apenas 100 reais para quem realizar até o final de 2020. Entre em contato com a Secretaria de Organização do PCO pelo telefone +55(11) 9.9741-0436 ou pelo e-mail sorg.pco@gmail.com. Fique atento a mais informações nas redes sociais do PCO e neste Diário.
Veja o cronograma do curso:
1° Parte – 1924 – 1933
- Introdução – Stalin até a tomada do poder
- Burocracia, a URSS
- A primeira etapa
3.1 – na URSS
3.2 – na III Internacional
- A luta interna
4.1 – Revolução permanente
4.2 – Industrialização
4.3 – Socialismo em um só país
- A revolução chinesa
- A segunda etapa
- Processos de Moscou
- A coletivização forçada
- O terceiro período
2°Parte – 1934 – 1948
- As frentes populares
1.1 – França
1.2 – Espanha
- Pacto com Hitler e a invasão da URSS
- A guerra e a derrota do nazismo
3.1 – o expurgo no exército
- O pacto contrarrevolucionário com o imperialismo
4.1 – Itália, França e Grécia
4.2 – Ialta
4.3 – A democracia
4.4 – O leste europeu
4.5 – A divisão da Alemanha
- Plano Marshall e leste europeu
3° Parte – 1948- 1991
- Terror no Leste: os processos de praga
- A revolução chinesa e a revolução mundial
2.1 – As revoluções stalinistas
- A guerra fria, a coexistência pacífica
- Morte de Stalin, Krushov
- Crise no Leste (53-56)
- Brezhnev
- 1968
- Crise mundial, Afeganistão, começo do fim
- Polônia, Gorbachov e a restauração
- Colapso da URRS
- Stalinismo e a cultura