A Petrobrás, na última terça-feira (4) repassou a posse, por 10 anos, de duas Fábricas de fertilizantes nitrogenados (Fafen) das unidades da Bahia e Sergipe, para a Proquigel Química, do grupo Unigel, pela quantia de R$ 177 milhões pelo direito de utilização por 10 anos, e que tem a expectativa de faturar R$ 2 bilhões anuais. As unidades estão localizadas nos estados da Bahia (Fafen-BA) e Sergipe (Fafen-SE).
Com capacidade de produzir 1.300 toneladas de ureia por dia, além do potencial de fabricar amônia, gás carbônico e agente redutor liquido automotivo, a Fafen-BA está localizada no Polo Petroquímico de Camaçari. A Fafen-SE, por sua vez, está localizada no município de Laranjeiras, possuindo capacidade de produzir 1.800 toneladas de ureia por dia, como também de gerar amônia, gás carbônico e sulfato de amônio.
Embora a reabertura das fábricas na Bahia e Sergipe viesse com a promessa de gerar 1.500 empregos diretos e indiretos, as demissões não foram descartadas. Dos 2.500 trabalhadores, entre diretos e indiretos, que estavam empregados, 1000 já foram demitidos, sem nenhuma negociação sindical, ferindo o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) e gerando a maior greve da categoria dos últimos 25 anos, com a adesão de 20 mil petroleiros distribuídos em cerca de 120 unidades da estatal.
Para impedir os ataques e a entrega da estatal ao capital estrangeiro, ao imperialismo, a única forma eficaz de luta neste momento é a intensificação das mobilizações. A greve já é o estopim para isso. Mesmo assim, a garantia do sucesso da mobilização só se afirma com um pronunciamento mais incisivo dado pela ocupação das fábricas, e dos principais pontos da empresa pelos trabalhadores
Não existe outra alternativa que possa assegurar um retrocesso do governo no cronograma de entrega da empresa senão uma radicalização do movimento, que, inclusive, deve ser acompanhada de toda a classe trabalhadora do País, que precisa, necessariamente, que a CUT e os sindicatos combativos das principais categorias, chamem a responsabilidade pra si tomando a dianteira de atos e manifestações de apoio e solidariedade aos petroleiros, exigindo que a estatal permaneça como patrimônio público nacional, cem por cento estatal e sob o controle dos trabalhadores.