As tratativas entre o PDT, PSB, Rede e PV em consolidar candidaturas desse grupo para as eleições de novembro próximo supostamente excluindo a participação do PT, PCdoB e Psol e o nó que os defensores da frente ampla tem de desatar para viabilizar uma aliança entre todos esses partidos e até mesmo o DEM, PSDB, MDB, o “Centrão” em seu conjunto.
Trata-se de uma pressão. Sob a cobertura de que o problema consiste em não aceitar o “hegemonismo petista” a realidade é outra. A questão chave para consolidação da frente ampla, como preconizada pelo “garoto” propaganda do PCdoB, Flávio Dino” e pela direita do PT, incluindo aí seus governadores e uma boa parte de seus parlamentares, chama-se Luís Inácio Lula da Silva e a inevitável polarização que sua figura política impõe na situação política do País.
A essência da frente ampla, os seus verdadeiros idealizadores, não está nos partidos burgueses com verniz de esquerda que compõem o Centrão (PDT e PSB) e nem no PCdoB e na direita do PT, mas nos partidos pilares do golpe de Estado de 2016 – PSDB, DEM e MDB – que, diante da decomposição do bolsonarismo, buscam se reciclar, para se credenciarem como “oposição” eleitoral aos partidos ditos de extrema-direita e para isso precisam da roupagem “esquerdista” da esquerda burguesa e pequeno-burguesa.
É patente que o problema levantado pelo PDT, PSB e cia não está no PCdoB – na sua versão verde e amarela – e nem nos governadores de esquerda nordestina – todos defensores da política econômica do governo Bolsonaro e da sua permanência no cargo.
O golpe de Estado de 2016, a perseguição e prisão de Lula e a brutal fraude eleitoral nas eleições de 2018 com o impedimento de sua candidatura – o que viabilizou a “vitória” da extrema-direita e seu governo de fome e miséria -, esses são os elementos da polarização política no regime político saído do golpe. O que o PDT, PSB, PCdoB, direita do PT, entre outros, procuram fazer é justamente servir como uma barreira de contenção para impedir a evolução da polarização política e a tendência a uma intervenção independente das massas exploradas, em nome de uma oposição institucional e eleitoral ao governo fascista.
O comportamento do PDT e do PSB, partidos burgueses, revela o verdadeiro conteúdo da frente ampla, e como não poderia deixar de ser, revela, também, o conteúdo político e de classes desses partidos. São parte do bloco burguês e golpista contra o povo e são a correia de transmissão do bolsonarismo para a esquerda em nome da “luta eleitoral contra o fascismo”.