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Como combater fascistas

O que podemos aprender com a batalha de Cable Street

A União dos Fascistas Britânicos prometia ato de 100 mil. Era a antessala do assalto ao poder. 300 mil trabalhadores se anteciparam. Fascistas debandaram

Era 1936, 4 de Outubro.

A União dos Fascistas Britânicos, prometia ocupar a praça em ato para 100 mil.

O colossal ato, frente ao parlamento britânico, seria a antessala para a entrada triunfal dos fascistas no assalto ao poder.

A experiência fracassada da (falta de) reação dos trabalhadores na Itália da década de 1930, em acreditar nas palavras de ordem dos próceres locais – que instavam todos para terem a “coragem de serem covardes”, ante o fascismo – fez com que a ditadura fascista de Mussolini alijasse não só as organizações operárias, mas também os partidos de esquerda.

A experiência mais recente de Hitler, na Alemanha, em que trabalhadores e esquerda foram colocados na clandestinidade – e, pior, em campos de concentração, para onde foram enviados, ou mortos. Trabalhadores e partidos da esquerda resolveram que, em Londres, era hora de agir.

 Frente com as organizações de lutas

O governo de Londres, não só não proibira a manifestação, como designara 10.000 policiais para dar cobertura e garantia ao ato fascista.

Trabalhadores não levaram em conta as recomendações do Partido Trabalhista, para que “ficassem em casa”, e “deixassem para a polícia” reprimir os fascistas. Saíram às ruas. Mais de 100 reuniões preparatórias em Londres, milhares de cartazes afixados nas ruas, centenas de milhares de panfletos distribuídos. O Partido Comunista da Grã-bretanha, o CPGB atendeu ao chamado de Trótski para a unidade contra os fascistas. Convocaram os conselhos e as células do Partido Trabalhista para também participarem do ato. Milhares saíram às ruas para barrar a marcha fascista.

No Gardener’s Corner os trabalhos começariam a bloquear a marcha fascista. Pontos de socorro, materiais para barricadas, rígida disciplina dos trabalhadores diante dos fascistas. Logo pela manhã de 4 de outubro, 300 mil pessoas bloqueavam o caminho dos fascistas. Estavam ali o Partido Comunista da grã-Bretanha, o CPGB, o Partido Trabalhista Independente e membros trotskitas da Liga Comunista Jovem. E principalmente, toda a classe operária inglesa.

Postados 10 mil policiais, quatro mil montados a cavalo. Protegidos, sete mil fascistas vindos de diversas regiões. A polícia tentou desbloquear as ruas, limpar o terreno para a marcha. Deparou-se no cruzamento da Road Commercial com a Leman Street, com um bonde deixado em barricada pelos condutores britânicos. Mais adiante, outros. Impotente, a polícia tentou outro local. Deparou-se com uma multidão.

Incapaz de limpar a rua para a manifestação, a polícia tentou descer a Cable Street como uma rota alternativa para a manifestação. Os trabalhadores, no entanto, tinham-se antecipado a isso e estavam prontos. Quando a polícia começou a descer a rua, deparou-se com barricadas que estavam instaladas com um caminhão e pedaços de móveis antigos. A polícia foi recebida com garrafadas, pedradas, objetos atirados das janelas. Policiais cercados pela multidão de trabalhadores. Aquilo nunca tinha acontecido antes. Policiais não sabiam o que fazer.

Os fascistas, em reduzido número, se abrigavam por detrás dos policiais. Na chegada do chefe fascista Mosley, um tijolo foi arremessado em direção ao seu carro.

O chefe do policiamento, desaconselhou Mosley. Seria uma carnificina. O chefe fascista, em breve voz de comando, orientou a dispersão.

Fascistas em debandada. Trabalhadores em disparada atrás dos fascistas. Feito!

‘‘A derrota de Cable Street em 1936 foi um duro golpe. Com medo do poder organizado da classe trabalhadora demonstrado, o movimento fascista declinou. A vitória sobre os fascistas imbuiu a classe operária de confiança. Essa ação unitária dos trabalhadores na Cable Street demonstrou a lição: apenas uma vigorosa reação impede o crescimento da ameaça fascista.’’ (Ted Grant, A Ameaça do Fascismo).

 

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