O núcleo de dados M(Dados), do jornal Metrópoles, divulgou resultado de pesquisa elaborada com dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), onde dizem ter sido descartados os casos em que os candidatos preencheram errado a declaração de bens.
A pesquisa buscava encontrar os candidatos mais ricos nas eleições de 2020. E constataram que eles se concentram em maior número no partido Novo, seguido de longe pelo PMN, PSC, PSL, DEM, PP, Republicanos, Rede, PSDB, e demais, na ordem de classificação.
O partido Novo tem larga vantagem sobre os demais tanto para prefeito quanto para vereador. A declaração de bens média para um candidato a prefeito do Novo é de R$ 4,3 milhões, e a média para o segundo colocado, PMN, é de R$ 2 milhões.
Considerando que o partido foi fundado em 2011, teve seu registro em 2015 com mais de 42 mil filiados e participa das primeiras eleições em 2016, sendo o partido do maior contingente de ricos do país, fica evidente que se trata de outro partido de milionários.
Criado por banqueiros e grandes industriais, que fazem parte dos “militantes”, com a clara intenção de ocupar o lugar dos atuais partidos do centro, desgastados com o golpe de estado contra a esquerda petista, e que tiveram péssimos resultados nas eleições de 2016 e 2018.
Ainda, sendo sua base de atuação principal nos estados com maior desenvolvimento econômico, tem o objetivo de controlar a política nas principais regiões do país.
Trata-se de mais uma manobra da elite política burguesa, que busca deixar a classe trabalhadora o mais longe possível de qualquer possibilidade de conquistar qualquer forma de atuação no processo político.
Essa elite já deixou claro, através da retirada das principais lideranças de esquerda de participarem do processo político, com fraudes judiciais e com a retirada da maior parte dos benefícios sociais alcançados com muita luta pelos trabalhadores, que nada deixará de recursos para estes sobreviver às crises econômica e da pandemia.
Não há dúvida que é uma declaração de guerra à classe trabalhadora, e só através da sua intensificação os trabalhadores poderão se defender e até conquistar o estado. Com organização da luta pelos conselhos populares, com um plano bem elaborado e colocado na ordem do dia.
O Novo, representa o que tem de pior na política. Tem, claramente, associação com o fascismo do governo Bolsonaro e o objetivo claro de dar continuidade e aprofundar o golpe. Se apresenta como “novo” mas se esconde atrás da velha política de ataque aos direitos do povo, enquanto enriquece ainda mais os capitalistas. É, de fato, igual a todos os partidos da direita, que estão aí para preservar o poder da burguesia.
Trata-se apenas de um partido da extrema direita, golpista, que tem em seus quadros, diretamente, banqueiros e grandes capitalistas. O fato de que seus militantes sejam os próprios burgueses e seus afilhados diretos é que faz seu diferencial. Evidenciando a dependência cada vez maior do capitalismo em crise do parasitismo estatal, setores da burguesia resolveram eles mesmos se apoderarem do comando do Estado ao invés de “terceirizar” os serviços da política para elementos da pequena burguesia ou “concorrentes”.