Na última terça-feira (15), a Polícia Federal prendeu um delegado de sua própria corporação em Santarém no Pará, o delegado é acusado de vender informações a garimpeiros na região do Rio Tapajós, responsáveis por exploração ilegal de ouro.
O delegado, Alexandro Cristian dos Santos Dutra, recebeu segundo denúncia, o equivalente a 150 mil reais de garimpeiros da região de Itaituba para não serem atingidos em qualquer tipo de investigação de crime realizada pela polícia. Além do delegado, dois lobistas também foram presos acusados de intermediar os pagamentos e informações privilegiadas.
A notícia, dada por um blog e confirmada pelo jornal Folha de São Paulo não é nenhuma grande novidade para ninguém que está acostumado com a violenta história da exploração do garimpo na Região Norte e Centro Oeste, além de outros tipos de conflito relacionados a posse de terras.
A pistolagem sempre correu solta na região, com a subida do governo Bolsonaro em 2018, totalmente pró garimpo ilegal, a situação está aberta e visível para quem quiser ver. Todos as instituições estatais, que teoricamente deveriam estar envolvidas na preservação de áreas amazônicas , Ministério do Meio Ambiente, Funai, Ibama, e também a Polícia Federal estão bem aparelhadas por militares e elementos de extrema direita para facilitar e encobrir o acesso dos garimpeiros a regiões que deveriam ser protegidas.
Utilizam para isso diversos métodos tradicionais sempre usados no Brasil, assassinatos de lideranças indígenas e ribeirinhas e destruição de rios e florestas inteiras, mas agora com o próprio predador a frente do estado a destruição e as facilitações para tal são muito maiores. A não regulamentação de terras indígenas, processos de crimes engavetados, militarização dos órgãos de defesa dos povos da floresta, aumento de queimadas e desmatamentos, proibições e punições para pessoas ou órgãos que informarem a situação drástica que se apresenta. Tudo isso promovido sem nenhuma ação concreta de oposição, somente uma gritaria sem sentido e sem efeito nos parlamentos, que nada resolvem a vida das vítimas dessa política assassina.
A grande realidade é que os garimpeiros e outros tipos de exploradores estão livres e amparados para fazerem o que bem entender, com o governo Bolsonaro a frente a tendência dessa situação é se aprofundar, e não se resolver.