Com a medida provisória (MP 979) aprovada neste ano, o ministro da educação, Abraham Weintraub, terá a possibilidade de livremente intervir em 17 universidades do país. Destacando-se as de Brasília, Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso.
A política de interventores é assim “legalizada”. Weintraub poderá escolher reitores temporários durante a pandemia para estas instituições de ensino. O mandato dos reitores, nas 17 citadas pelo documento, terminam em dezembro, período onde ainda o coronavírus estará presente em território brasileiro afetando diretamente a atividade nas instituições.
A MP, assinada pelo fascista Jair Bolsonaro, exclui a necessidade de consulta a professores, alunos ou demais funcionários. Como também não necessita de uma lista para escolha de novos reitores. Logo, os fascistas poderão deliberadamente impor os chamados “interventores” em todas estas universidades, sobre o pretexto da pandemia e da falta de organização para novas eleições.
Esta é uma política que está longe de ser novidade. Já no período de Temer, o ataque feito a independência das Universidades iniciou-se. Contudo, foi no governo de Bolsonaro que a ditadura sobre as instituições virou rotina, e só Weintraub, impôs reitores ilegais em dezenas de federais, tanto de ensino superior quanto técnico-integrado.
A esquerda não deve se reter a uma mera política parlamentar como a anunciada por deputados do PT, como também, não pode cair na fraca campanha nas redes sociais. Em contraposição à política fascista colocada em marcha pela burguesia, o movimento estudantil necessita colocar como uma das principais reivindicações a formação do governo tripartite nas instituições de ensino.
Com esta política, os estudantes, professores, funcionários e a comunidade que usufrui destes locais poderão ditar, de forma independente, as políticas que regem as instituições. A burocracia presente nas reitorias, e ainda mais fortalecidas pela intervenção ditatorial do governo federal, destroem qualquer tipo de democracia nas universidades. Tal situação necessita acabar. Aqueles que de fato necessitam das instituições precisam ter voz ativa em seu controle.