Na última segunda-feira, dia 6, o morador de rua Carlos Roberto Vieira da Silva, de 39 anos, morreu no Hospital Municipal do Tatuapé, após ser queimado enquanto dormia na madrugada de domingo em São Paulo.
O morador sofreu este ataque na Mooca, zona lesta da capital paulista, e de acordo com a polícia não sabe-se as reais causas, levantando-se a hipótese de que poderia ter sido “acidental”, algo completamente fora da realidade, principalmente após revelar-se imagens sobre o acontecimento.
Na Mooca, os moradores de rua já sofrem de uma campanha direitista forte. Há dois anos foi criado um Centro Temporário de Acolhimento (CTA), permitindo que os moradores de rua da região tenham algum local para se abrigar, além de garantir alimentação e banho.
Contra este CTA a direita iniciou uma campanha na qual declaravam um suposto aumento de roubos sendo relacionados às condições minimamente dignas dadas aos moradores, tendo já sido feito até mesmo um abaixo-assinado, no qual a população pressionada pela campanha da burguesia, pediu a retirada do CTA do local.
O assassinato de moradores de ruas é uma típica política fascista, que aparece diversas vezes na história, inclusive brasileira. A chamada “limpeza” ou “higienização” social, muito pregada pela extrema-direita e apoiada pela política fascista de governadores como João Dória, também de São Paulo -que recentemente usou jatos de água fria para atingir os moradores de rua no inverno paulista- é uma questão que envolve diretamente os ataques da burguesia contra a população pobre.
O massacre feito pelos órgão de repressão nas periferias e no campo, financiada pelo governo Bolsonaro, sustenta atividades fascistas como essa por todo Brasil. Os fascistas nestes últimos dois meses promoveram uma série de eventos e ataques as organizações populares, devido a estes fatores surge dentro da esquerda uma necessidade urgente de organizar-se para lutar contra os avanços da extrema-direita.
Para levarmos a frente a mobilização contra os fascistas, necessitamos colocar como campanha principal a derrubada da maior representação da extrema-direita no país, clamando por Fora Bolsonaro, abrindo-se assim as portas da luta que irá impor aos fascistas uma fundamental derrota.
Com a política de se derrubar o governo golpista, surge também a necessidade da esquerda em elaborar uma política própria, que possa confrontar a crise em defesa dos trabalhadores, exigindo a redução das horas de trabalho semanal como forma de reduzir o desemprego, etc, uma série de propostas que só poderão ser realizadas com a mobilização do povo.
Sendo assim, desenvolve-se a consciência que precisamos levantar os trabalhadores, acompanhando a revolta de todo povo latino-americano, e intensificar a campanha contra os golpistas. Com base nisso, a estruturação de um partido operário independente passa a aparecer cada vez mais na ordem do dia, permitindo assim que os trabalhadores se organizem nacionalmente e possam efetivamente combater o fascismo, impedindo que casos com este na Mooca voltem a acontecer.