Diretor-geral do Hospital Sírio-Libanês, o médico cirurgião Paulo chapchap, em entrevista ao jornal O Globo, no último dia 27, foi enfático, “tenho certeza de que os hospitais privados vão responder ao chamado” para a formação de uma fila única para os leitos de UTI, isso naturalmente, “se os custos forem cobertos”, completou.
Para uma semana em que, os leitos de UTI, na grande São Paulo, estão na iminência de entrar em colapso com 81% de ocupação, a situação do Hospital Sírio-Libanês, é tranqüila, ”antes da pandemia, a gente trabalhava com 85% de ocupação. Hoje é 50 e poucos por cento”.
Todos pela Saúde e o R$ 1 bilhão do Itaú
A repórter por lapso, esqueceu de perguntar ao administrador do R$ 1 bilhão do Itaú, se a iniciativa privada não poderia ela, cobrir os custeios dos leitos disponíveis no Sírio-Libanês, já que estão “todos pela Saúde”, como anuncia a publicidade. Os 50% de leitos ociosos do hospital privado Sírio-Libanês, são mais do que necessários na fila única do SUS. Seria momento oportuno de provarem neste angustiante momento, que estão, de fato, “todos pela Saúde”.
“Numa situação de calamidade, todos os leitos devem ser usados. Defendo que o governo faça um chamamento público para contratualizar e formar uma base muito maior, antecipando-se a essa necessidade”, prega o administrador do grupo Todos pela Saúde e o R$ 1 bilhão do Itaú.
Contratualização ou Estatização?
Em época de pandemia, nem as doações dos privatistas, doações verdadeiras são. Veja que no caso do R$ 1 bilhão doado pelo Itaú para supostamente combater o coronavírus, sob o controle da própria fundação Itaú, que representa menos de 4% dos lucros do banco no ano passado, terá o doutor Chapchap, administrador do privado hospital Sírio-Libanês , na gerência do valor doado, que deveria há muito estar sob a administração do SUS, do Ministério da Saúde.
Vem agora, o doutor Chapchap, propor a venda dos leitos vagos de UTI, através de uma contratualização com o governo. Capitalistas fazem da saúde, ou a falta dela, fonte de gordos lucros. Lucram mais em época de pandemia.
O Partido da Causa Operária, apresentou 32 medidas necessárias frente a crise do coronavírus e a crise capitalista, dentre as quais, destacamos:
– Estatização de todo o sistema de saúde, inclusive hospitais privados;
– Aumento de instalações e equipamentos;
– Aumento de leitos nos hospitais;
– Distribuição gratuita de máscaras, luvas, alcoolgel e remédios;
– Estatização dos laboratórios;
– Estatização da produção de equipamentos da saúde;
Faltou uma medida a mais.
– Poder público entrar na posse imediata da doação de R$ 1 bilhão feita pelo banco Itaú, que continua em mãos privadas.
Capitalistas fazem da saúde, ou a falta dela, fonte de gordos lucros. Lucram mais em época de pandemia.