No último dia 29, a imprensa golpista noticiou que o Ministério Público de São Paulo (MPF-SP), aquele dos patetas de “Marx e Hegel”, indiciaram o ex-presidente Lula, junto com Guilherme Boulos (Psol), pela invasão do triplex do Guarujá. A medida é grotesca e mostra que Lula não precisa ter feito nada para ser perseguido.
Para MPF-SP, Lula e Boulos devem responder por dano de propriedade. Conduta tipificada no artigo 346 do Código Penal com pena prevista de 6 meses a 2 anos para quem “destruir ou danificar” coisa própria que está em poder de terceiro por decisão judicial.
Mais, o órgão utilizou falas recortadas de Lula em manifestações, pouco antes dele ser preso, para enquadrar o ex-presidente como um mandante da ocupação.
Na época, logo após ter seu recurso negado e sua pena aumentada para 12 anos e um mês de prisão pelos golpistas do TRF4, em 24 de janeiro de 2018, Lula disse:
“Se eles me condenaram me deem pelo menos o apartamento… Eu até já pedi para o Guilherme Boulos mandar o pessoal dele ocupar aquele apartamento. Já que é meu, ocupem.”
Este novo episódio da perseguição da direita e da burguesia contra Lula sinaliza que apesar da derrota parcialmente sofrida pelo bloco golpista na soltura de Lula, a perseguição contra o ex-presidente não cessou, nem cessará.
Também ilustra porque a política de conciliação com a direita, que setores da esquerda entraram de cabeça para as eleições de 2020, é um suicídio político. E mais, indica que a única forma de derrotar a ofensiva da direita é através de uma mobilização popular que esmague o bloco golpista, motivo pelo qual a campanha pela liberdade e anulação dos processos contra Lula está condicionada a campanha do fora Bolsonaro e todos os golpistas.