Foram entregues no último dia 05/01 (domingo), em Los Angeles-EUA, os prêmios conhecidos como Globo de Ouro. Premiação entregue desde 1944 pela crítica Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood, conhecida como a maior avaliação da “crítica especializada” ao cinema.
Contudo, tão tradicional quanto a premiação é o seu aspecto extremamente conservador e racista. Na edição de 2020 mais uma vez essa lógica se consumou, em que os negros foram solenemente excluídos da premiação.
Os prêmios que envolvem no total 25 categorias, possuem 16 categorias, ou seja, premiam atores, atrizes, diretores, roteiristas etc. em nenhum destes houve um negro ou negra como vencedor. Detalhando este quadro claramente racista, para estes 16 prêmios houve 80 indicados, destes somente 4 indicados eram negros.
Os dados reais que ilustram o preconceito na indústria hollywoodiana, vão diretamente de encontro com a demagogia mais descarada apresentada nas telas para iludir o público. Nos últimos anos vários filmes têm ganhando espaço na propaganda dessa indústria utilizando atores negros e exposto de forma muito suavizada as dificuldades da população negra, filmes como Pantera Negra, Infiltrado na Klan, Django Livre, Doze anos de Escravidão entre outros, que visam somente atrair público para despejar milhões nos cinemas mundo à fora, mas, mesmo diante de grandes trabalhos de roteiristas, diretores e atores negros não há o mínimo reconhecimento.
A indústria hollywoodiana reafirma ano após ano, principalmente nas premiações (Globo de Ouro, Oscar e Emmy) o seu extremo conservadorismo, que em relação ao negro se caracteriza como uma posição racista, que explora muito bem a mão de obra do trabalhador e dos artistas negros, mas que os mantém “na senzala” sem direito a “sentar-se à mesa com os barões”.