Sem ao menos citar o nome do governador bolsonarista do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), o Correio Braziliense (CB), em sua página na internet, publicou, hoje (19), matéria que apresenta a crescente situação de miserabilidade dos trabalhadores pobres do Distrito Federal.
Apesar do governador do Distrito Federal ser incapaz de estabelecer políticas públicas que possam solucionar o problema da falta de moradia e de condições dignas de trabalho para essas pessoas e suas famílias, muitas delas vivendo nas ruas, com crianças e bebês, em habitações improvisadas com lonas, madeirite, papelões, latas etc.,a reportagem do Correio Braziliense se utiliza de palavras e expressões que culpabilizam os próprios sem tetos pela situação em que vivem.
O texto apresentado está recheado dessas expressões, como: “ocupações ilegais”, “invasões”, “ocupações irregulares”.
Um dado interessante é o de que muitas dessas famílias não se consideram pessoas em situação de rua, mas catadores de materiais recicláveis, segundo informação da equipe de abordagem social da Sedes-DF (Secretaria de Desenvolvimento Social do Distrito Federal).
Isso porque a maioria deles se encontram nessas ocupações porque é a forma que têm encontrado para alimentar a família através da catação de materiais recicláveis, como latinhas, papéis, ferros-velhos etc.
Para conseguirem, através desse tipo de trabalho, o mínimo para a sobrevivência própria e da família, necessitam estar o mais próximo possível das regiões de maior consumo do Distrito Federal, onde encontram lixo mais abundante das residências mais abastadas, bares, restaurantes, escritórios etc.
Uma moradora de um barraco da 707/907 Norte declarou ao CB que vivia a 55 km de Brasília onde era muito difícil conseguir a quantidade de material reciclável suficiente para a subsistência da família.
Essa catadora disse conseguir cerca de 500 reais por mês e que, quando recebe alguma doação de alimentos, consegue juntar algum dinheiro para realizar sua necessidade de conseguir adquirir um terreno em Planaltina (GO) por 10 mil reais.
Outra questão com a qual essas famílias precisam lidar é com a violência da derrubada de seus barracos improvisados pelos órgãos públicos do DF: “É frequente. A última tem três meses. Mas vou fazer o quê? Eles viram as costas e construímos de novo. Aqui, não recebemos visita de ninguém do governo nem opção para sair dessa situação. Não somos criminosos nem usuários de drogas. Somos pessoas honestas que não têm um lar”, completou a jovem.
Essa situação mostra o descaso do governos golpistas com a população mais carente e como a grande propriedade privada de poucos excluem completamente os trabalhadores dos centros urbanos, negando o direito constitucional a moradia. Por isso a classe operária precisa se organizar pelo fim da propriedade privada e pela distribuição igualitária de moradia.