As reportagens “Lula acumula declarações falsas e distorcidas desde saída da prisão; veja algumas”, publicada no sábado (1º.fev) pela Folha de São Paulo, e o editorial “Lula sincerão”, do último dia 28/02, da TV Globo, motivaram a contestação redigida no site do ex-presidente Lula e assinada pelos seus assessores José Chrispiniano e Ricardo Amaral, bem como da ex-presidente Dilma Rousseff, que também publicou nota sobre o caso, afirmando que a Folha baseou sua reportagem “em manipulações e falsificação de fatos”.
Censurando tudo quanto foi matéria cuja tônica enfatizou a inexistente imparcialidade de Moro no caso de Lula na Lava Jato, a resposta ao artigo denunciou a postura da Globo na sua reportagem e reforçou a Vaza Jato quanto ao fato de Moro ter ajudado a eleger Bolsonaro.
A Folha, por sua vez, mesmo depois dos 25 textos da Vaza Jato em parceria com o site The Intercept Brasil, e que foram publicados na mídia, criticou Lula por denunciar a postura da Globo e sua tentativa de desmentir as gravações em apoio ao Moro. Em entrevista à Uol (26) Lula teria dito que a Globo “só teve coragem de citar o Intercept duas vezes: quando o site publicou o nome do Faustão, que acho que tinha dado aula pro Moro, e quando foi citar o nome do Roberto D’Ávila, que tinha trabalhado para arrecadar dinheiro para o meu filme”.
De acordo com reportagem da Folha, “os diálogos dos procuradores da Lava Jato, porém, foram alvo de reportagens da emissora, como no Fantástico, quando houve revelação das primeiras mensagens”.
A assessoria de Lula, no entanto, se pronunciou sobre a nota da emissora reproduzida pela reportagem e pelo editorial do jornal contestando tudo e dizendo que: “O editorial da Folha em defesa do mau jornalismo da Globo soou como um ato de contrição do jornal pela entrevista de Lula ao portal UOL. O texto é axiomático: ‘Governantes não gostam de imprensa livre’. Livre do contraditório? Livre da obrigação de checar o que publica?”
Na conclusão do artigo, a afirmação de que “a Folha quer igualar Lula a Bolsonaro porque o ex-presidente diz que o atual tem razão em algumas queixas sobre a imprensa” e que Folha, Globo, Veja e Estadão estão “alinhados com o projeto de Paulo Guedes, mesmo que o preço seja conviver com Bolsonaro”.
De fato, a imprensa, que é mentirosa mesmo e é assim porque não tem liberdade de dizer o que quiser, mas tão somente o que a burguesia mandar, agora cumpre a função de silenciar Lula e criar mais confusão com o seu nome do que já fez no passado.
Prova disso é o manchetômetro, site produzido pelo Laboratório de Estudos de Mídia e Esfera Pública (LEMEP), e que registrou que o ex-presidente Lula ao lado do PT, são os principais alvos de ataques, perdendo, de 2019 para cá é claro, só para Bolsonaro.
E quanto mais as eleições forem se aproximando, mais alto será o índice do manchetômetro em relação ao Lula e ao PT, que, mesmo com um ataque tão vigoroso como os que têm sido desfechados pela burguesia, não só sobreviveu como cresceu em tamanho e número de militantes.
A imprensa burguesa é uma das armas utilizadas contra trabalhador e sua organização, para manter a classe desunida e suas lideranças enfraquecidas e desacreditadas. Por isso, a ideia de estimular o Centrão de Haddad, Ciro, Dino e Rui Costa é tão atrativa para a direita, que, no frigir dos ovos, não tem voto nenhum do povo, a não ser quando vendem ou são carregados pela esquerda pequeno-burguesa.