Uma das notícias significativas da semana é a de que o Exército Brasileiro realizou exercícios na floresta amazônica. A própria imprensa capitalista, que se coloca contra a Venezuela e a favor do imperialismo, relacionou este exercício com a Venezuela. Este Diário tem denunciado, sistematicamente, que a agressão militar contra a Venezuela é uma das possibilidades concretas e reais da situação política. Com essa nova informação, pode-se dizer com facilidade, que uma intervenção militar é uma das opções do imperialismo.
A forma que essa intervenção assumirá ainda não é possível prever, justamente por ser preciso acompanhar o desenvolvimento da situação de forma concreta. Há possibilidades de invasão por exércitos estrangeiros ou algum tipo de levante interno que esses exércitos podem apoiar ainda não está claro.
Mas fica evidente agora que o movimento operário brasileiro, a esquerda em geral, devem tomar nota de que existe uma preparação concreta para uma agressão militar, do Brasil pelo menos, à serviço dos EUA, contra a Venezuela.
O esforço é, sem dúvida, uma tentativa de levar Nicolás Maduro a entregar o país ao imperialismo norte-americano para que, finalmente, consiga roubar todo o seu petróleo, algo de que tanto tem cobiçado por ser a maior reserva comprovada de petróleo de todo o planeta.
Essa é uma declaração pública afirmada por John Bolton, ex-conselheiro de Segurança Nacional do presidente dos EUA, ao canal FOX News, em janeiro do 2019. Disse ele: “vai fazer uma grande diferença para os EUA economicamente se nós pudermos ter companhias norte-americanas investindo e produzindo no potencial petrolífero venezuelano”.
É uma forma mais polida de se referir ao assalto que querem realizar e que, conforme já se observou, o fato de Maduro recusar qualquer tratativas com eles, não o leva a desistir, ficando claro, que a busca determinada a isso, justifica a forma vil e de tentativas a qualquer custo.
O presidente da Assembleia Nacional Constituinte, Diosdado Cabello, declarou que se iniciou uma nova campanha da imprensa, de órgãos de comunicação, contra a Venezuela, tendo como pretexto a questão dos refugiados no momento da pandemia. O governo golpista de Bolsonaro também está levantando esta questão. Foi até cogitado pela extrema-direita bolsonarista brasileira, de colocar o Bolsonaro como indicado para o prêmio Nobel da Paz, porque ele estaria, supostamente, socorrendo os refugiados venezuelanos.
É óbvio que se trata de criar uma campanha de propaganda espalhando a informação de que a situação na Venezuela é muito grave com a pandemia, com os refugiados e etc, o que daria lugar para uma causa humanitária e uma justificativa para haver intervenção externa.
A questão da Venezuela é parte integrante de uma ofensiva muito grande do imperialismo em toda a América Latina, como o próprio Brasil é prova, que atravessa desde 2016 um golpe de Estado promovido pelo imperialismo, quando o governo Dilma foi derrubado, depois se aprofundando com as eleições de 2018, elegendo em uma grande fraude, o ilegítimo presidente da extrema-direita Jair Bolsonaro.
Longe de ser uma situação isolada e transitória no cenário político, essa iniciativa golpista é uma política permanente que é levada com bastante energia, tanto pelas burguesias dos países latino americanos, quanto pelo imperialismo.
Essa tentativa deve ser combatida com todas as forças pelo movimento popular brasileiro. A derrota da Venezuela seria uma derrota muito grande para todas as forças da esquerda, do movimento operário, dos movimentos populares brasileiros como um todo, incluindo a classe trabalhadora. Mas não só. Fortaleceria a direita em escala internacional, a direita no Brasil, e a extrema direita de um modo geral em todos os países da América Latina.