A UBES (União Brasileira de Estudantes Secundaristas) anunciou através do seu Twitter que realizará um “protesto” online no dia 15 de Maio pelo adiamento do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio). Segundo a entidade secundarista, o protesto seria uma espécie de reedição dos protestos massivos que ocorreram em todo o País contra os cortes de verbas na educação no mesmo dia (15 de maio) de 2019.
A publicação da UBES apresenta a seguinte mensagem:
“O Dia Nacional Pelo #AdiaEnem já está nas notícias! #15M será ainda maior! ??
Não deixaremos que milhares de estudantes sejam prejudicados por um governo que ignora a realidade das famílias brasileiras. Somos maiores que o MEC de Bolsonaro!”
A primeira questão que surge ao ler a publicação da entidade é: como o “protesto” online, ou um “twitaço”, será maior do que os protestos massivos que ocorreram em maio de 2019? Naquela ocasião, o então ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, havia realizado uma série de cortes em todos os níveis da educação. Como resposta, estudantes e trabalhadores da educação em todo o País responderam com uma enorme onda de manifestações que abalaram na época. O governo golpista de Jair Bolsonaro, que havia acabado de tomar posse, chegou a tremer diante da tendência de crescimento dos protestos. Na época, na UBES e a UNE (União Nacional dos Estudantes) tiveram o papel covarde de se recusar a chamar a palavra “Fora Bolsonaro” e defenderam a palavra “Fora Vélez”. Reivindicação essa que foi atendida pelo governo Bolsonaro posteriormente, trocando o então ministro por um ministro ainda mais direitista, o fascista Abraham Weintraub.
Outra questão que surge da publicação é a colocação “Não deixaremos que milhares de estudantes sejam prejudicados por um governo que ignora a realidade das famílias brasileiras”. Como a UBES não vai deixar que isso aconteça fazendo apenas um “protesto online”. A UBES se nega a realizar um protesto real, que seria possível com todas as medidas de segurança, o que mesmo assim não garantiria o adiamento.
Por último, afirmam de maneira completamente demagógica: “Somos maiores que o MEC de Bolsonaro”. Não se trata de uma disputa por grandeza, mas uma luta política. Luta essa que tem sido abdicada pela UBES em favor da política de lobbie no congresso nacional e à favor da frente ampla com golpistas do PSDB, PSB, PDT, PPS etc.