O governo norte-americano, presidido pelo direitista Donald Trump mais uma vez investe contra organismos internacionais que, de acordo com seu próprio juízo e critério, estejam atentando contra os interesses dos EUA. Recentemente, durante a crise da epidemia do coronavírus, Trump anunciou o rompimento com a Organização Mundial de Saúde (OMS), sob a alegação de que o organismo vinha se colocando de maneira “inadequada” em relação à pandemia mundial, particularmente pelo fato da OMS não condenar a China pela responsabilidade na disseminação do vírus. Nunca é demais lembrar que os EUA ostentam neste momento o recorde negativo mundial do maior número de infectados e mortos pela pandemia.
Desta vez agora o mandatário norte-americano investe e ameaça, com sanções individuais e econômicas, o Tribunal Penal Internacional, caso o organismo continue investigando os crimes de guerra cometidos pelas tropas americanas no Afeganistão. Vale destacar que os EUA, onde quer que cheguem com seus soldados, os mesmos perpetram as maiores barbaridades e violações contra as populações civis indefesas. São incontáveis as atrocidades cometidas pelo Exército dos Estados Unidos em todos os países ocupados por suas tropas (Vietnã, Panamá, República Dominicana, Iraque, Afeganistão, Síria e outros, muitos outros).
Em entrevista a uma agência de notícias internacional, a promotora do TPI, Fatou Bensouda, disse “que as sanções são uma tentativa inaceitável de interferir e influenciar nas investigações do tribunal. Embora avise que não serão intimidados, ela afirma que gostaria que os EUA reconsiderassem as sanções” (O Globo, 21/6).
A promotora-chefe do Tribunal afirma ainda haver indícios muito fortes que apontam violações de direitos humanos e crimes de guerra cometidos pelos EUA durante a presença das tropas americanas em território afegão. Disse ainda que o tribunal seguirá com seu trabalho “independente e imparcial” e não se intimidará diante das ameaças do presidente norte-americano.
A reação dos povos oprimidos em diversas regiões do mundo contra a política de guerras, ocupações e genocídio do imperialismo, vem debilitando profundamente a hegemonia e a dominação dos EUA, mesmo diante do enorme poderio militar que o os norte-americanos ainda detêm.Também dentro do próprio território americano irrompem lutas sociais, com manifestações gigantescas contra a violência policial, o racismo, a miséria social e o desemprego.
Já há setores dando como certa a derrota de Trump nas eleições de novembro, abrindo a perspectiva cada vez mais real de vitória do candidato democrata. Trata-se de mais um degrau na escalada da crise vivenciada pelo imperialismo a nível internacional, potencializada pelas lutas das massas populares norte-americanas e pela reação das nações oprimidas contra a barbárie e o morticínio perpetrado pelos EUA aos povos de todo o mundo.