Na véspera do dia da Consciência Negra, João Alberto, um trabalhador negro, foi assassinado brutalmente por seguranças privados de uma loja da rede do Carrefour. João foi espancado e estrangulado até a morte, numa situação muito parecida com o de George Floyd, negro morto por sufocamento por um policial branco nos EUA, o caso gerou uma onde de manifestações que duram até hoje, mais de sete meses depois do ocorrido.
Aqui no Brasil, após a morte de João, houveram protestos também, manifestantes atearam fogo em lojas da rede de hipermercados e fachadas foram depredadas, até mesmo carros de polícia foram alvo de pedradas e da revolta popular. Ações todas legítimas, pois a população está cada vez mais esgotada de tanta violência contra os trabalhadores causada pela repressão do Estado.
3.148 mil motivos para por abaixo a repressão
Só neste primeiro semestre do ano foram assassinadas 3.148 pessoas em operações policiais, um número recorde. Na grande São Paulo no mesmo mesmo período já houve um aumento de 60% a mais de execuções. E no Estado de São Paulo, mesmo durante a pandemia, as operações policiais foram responsáveis por 3 a cada 10 mortes. E é importante destacar que muitos assassinatos são omitidos e realizado por organizações paraestatais, e não entram para a conta. Por isso, a população, principalmente a negra, têm motivos de sobra para colocar abaixo este regime e todas as instituições que massacram o povo.
Demagogia e aumento de penas não resolverão o problema
Com o aumento da revolta popular a burguesia investe na pura demagogia com o problema do negro, começam a surgir campanha de conscientização contra o racismo, programas especiais de vagas de emprego destinadas só para negros, apelam para a a tal da representatividade e um monte de outras demagogias que nada resolverão a situação cada vez mais crítica do povo negro. É capaz até de inventarem uma nova lei como “negricídio”, com nome e pena especial para quem matar um negro, só para fingir que estão resolvendo algo, mas lembremos, a burguesia não tem nenhum interesse em acabar com a mortes do população negra, e finalmente, os próprios negros serão punidos mais rigidamente pelo Estado.
Mobilização com reivindicações e orientação revolucionária
O Partido da Causa Operária considera legítima a violência da revolta popular, mas defendemos que é preciso ir além, é preciso um levante popular com uma orientação política e reivindicações revolucionárias. Se é o aparato repressivo que causa esse tanto de morte da população é preciso então, pedir o fim das instituições que atuam pelo esmagamento do povo. É preciso, nas ruas, lutar pelo fim da Polícia Militar e também lutar contra todos os representantes desse política genocida.