Em recente entrevista, o governador do Estado de São Paulo, João Doria, fez a seguinte declaração quando questionado sobre o afrouxamento da quarentena no estado:
“Não é adequado fazermos esta previsão. O que nós desejamos é que até 31 de maio a população responda de forma mais forte e mais solidária e fique em casa. E se você me perguntar se acredito que isso vai acontecer, mesmo sem acontecer até agora? Sim. E por quê? Não é apenas pelas medidas restritivas, pelos apelos e pelas campanhas. Mas porque a morte vai chegar mais perto.”
É comum da direita querer fazer o papel de civilizado, preocupado com a população etc. Doria inclusive tem atacado o presidente golpista Bolsonaro, como se ele nunca tivesse contribuído com a eleição dele e como se ele como governador do estado, estivesse fazendo alguma coisa eficiente para combater a pandemia.
Por acaso o governador Doria tem feito testes em massas na população? Tem construído milhares de leitos em hospitais privados? Decretou quarentena para todas as categorias de trabalhadores? Possibilitou medidas de segurança para os trabalhadores das categorias essenciais? Não, ele não tem tomado nenhuma medida que vá contribuir para o controle e fim da pandemia no estado de São Paulo.
A única medida que ele tem tomado é a de aumentar a repressão policial contra o povo e responsabilizar a população pelo aumento dos casos de coronavírus.
E esta declaração deixa evidente, o governador não quer fazer nada para a população e aqueles que morrerão serão os responsáveis pela sua morte. Não porque eles não tiveram a opção de não poder trabalhar, não porque ficaram doentes nos transportes públicos lotados de trabalhadores e não tiveram acesso aos hospitais, aos testes e aos respiradores. Mas morrerão, pois não foram solidários com a politica demagógica da direita do #ficaemcasa, que só funciona e é possível para as classes altas.
É preciso denunciar que a campanha de culpar o povo pela pandemia. Trata-se de uma campanha cínica e criminosa para acobertar o fracasso dos governos de direita de controlar a situação, e para não responsabilizar os verdadeiros culpados pelas milhares de mortes que estão ainda estão por acontecer.