Há mais ou menos duas semanas esteve em destaque a polêmica entre Leticia Parks, editora do portal de notícias Esquerda Diário e Djamila Ribeiro, colunista da Folha de S.Paulo. Ambas ativistas no movimento negro. Tudo começou quando Leticia Sparks, apoiadora da greve do entregadores de aplicativos, criticou Djamila Ribeiro por publicar uma propaganda do 99táxi, empresa de aplicativo de táxi, no mesmo período em que milhares de trabalhadores, em grande maioria negros, estão mobilizando e denunciando a exploração destes aplicativos.
Que Djamila Ribeiro é patrocinada por grandes empresas, isso não é novidade, a escritora já foi patrocinada até pelo banco Bradesco. Mas este debate não vem ao caso agora.
A polêmica entre as duas ativistas negras começou com a resposta de Djamila sobre a crítica feita por Letícia. Em live com Marcelo Freixo do PSOL, Djamila Ribeiro em vez de debater politicamente as críticas apresentadas, faz todo tipo de mabalabarismo para esconder o fato de que ser paga por grandes empresas capitalistas nada tem a ver com a luta do povo negro. E recorre para um método que vem sendo usado pela esquerda pequeno-burguesa ao receber críticas, o de acusar a crítica ser Fake News.
Um método que inclusive será pautado em lei e terá apenas um objetivo, censurar! Djamila não é a primeira a usar de tal artimanha, recentemente Guilherme Boulos, ao ser criticado pelo PCO pelo seu papel durante o golpe com a campanha “Não vai ter copa” e pela sua posição acrítica diante o cargo de confiança de seu pai no governo estadual de Doria, acusou o PCO de ser pago pelo bolsonarismo para criar as tais notícias. Logo se nota, na falta de argumentos, a esquerda pequeno-burguesa, assim como a direita, quer censurar os seus críticos.
Mas apenas a direita tem os meios de fato para conseguir censurar alguém, no momento, a esquerda tem dado embasamento e feito campanha para uma lei que será usada amplamente contra si mesma.