A crise dos monopólios dos meios de comunicação está impactando no acesso dos torcedores aos jogos de futebol. Durante a pandemia está proibido a presença das torcidas nos estádios de futebol, mesmo antes, os ingressos estavam cada vez mais caros para a população e, agora com a disputa dos direitos de transmissão dos jogos pelas grandes imprensas monopolistas, os torcedores estão encontrando cada vez mais dificuldades para acompanhar os jogos de suas equipes jogarem.
A crise do acesso aos jogos de futebol pelos torcedores é reflexo da crise geral dos direitos de transmissão dos jogos dos clubes de futebol, que resulta da expansão das imprensas imperialistas não só dentro do Brasil, mas na América Latina como um todo. Outro fator desta crise, em menor grau, é o surgimento dos serviços streaming na internet. O custo de canais como pay-per-vew são cada vez mais caros, além disso são limitados a operadores como Net Claro e Sky que também tem preços cada vez maiores. Os pacotes de internet e os canais online também tem custo bastante elevados para uma transmissão de qualidade.
Se por um lado os novos canais e novas formas de transmissão dos jogos (como internet) promoveram um verdadeiro levante dos clubes de futebol contra o monopólio da Rede Globo e suas afiliadas, bem como dos canais pagos de sua propriedade. Por outro lado, os grandes meios de comunicação do imperialismo buscam dominar cada vez mais os direitos de transmissão dos jogos de futebol das equipes de futebol do país. Essa situação não é de forma alguma exclusividade do futebol brasileiro, o imperialismo busca impor seu domínio por toda América Latina.
O futebol deve ser um direito da população, não pode ser uma mercadoria. É preciso lutar para que os torcedores tenham garantido o direito de acompanhar os jogos de suas equipes de futebol tanto pela televisão quanto pela internet. Os torcedores não devem ser reféns de nenhum monopólio empresarial seja nacional ou internacional, o controle da transmissão dos jogos de futebol deve estar sob controle dos trabalhadores de todo país.
Somente a organização dos torcedores das equipes pode garantir o futebol como um direito, assim como de todo esporte, de toda arte e de toda cultura. As atividades culturais não podem ser privilégio, não podem ser mercadoria. É preciso impulsionar uma luta pelo acesso gratuito de toda população ao futebol, lutar contra os impedimentos da população ao futebol, como ingressos com preços absurdos, lutar pelo fim do clube empresa, pelo fim do controle dos capitalistas sobre o futebol.