O governador do Maranhão, Flávio Dino, irá sair pelo Brasil afora divulgando o “Movimento 65” criado pelo PCdoB e para montar a tal “Frente Ampla contra Bolsonaro”.
O Movimento 65 nada mais é do que uma plataforma eleitoreira que abandona os principais símbolos não só do PCdoB, mas da esquerda como um todo: o símbolo da foice e o martelo e a cor vermelha.
Isso descaracteriza a esquerda e confunde a população, uma vez que o verde e o amarelo, cores adotadas pelo Movimento 65, são as cores da extrema-direita brasileira, hoje representadas pela figura de Jair Bolsonaro.
A Frente Ampla nada mais é que uma coligação com os setores que se dizem “centristas” mas, na verdade, são de direita. Dino já foi atrás de personalidades do DEM e do PSDB, partidos diretamente ligados ao golpe sofrido por Dilma Rousseff. Luciano huck, Rodrigo Maia e até Fernando Henrique Cardoso foram alguns dos golpistas mais notórios que Dino foi atrás.
A justificativa disso exemplifica bem o objetivo do governador e do seu partido: “É fundamental que tenhamos espírito de humildade e de diálogo. Muita abertura para promover uniões entre o campo da esquerda, o campo progressista, e também alcançando forças políticas que estão externas ao nosso campo, como os setores liberais, chamados de partidos de centro. A meu ver, eles são essenciais para que a gente possa ter vitórias eleitorais importantes em 2020”.
Num resumo: precisamos nos aliar com a direita para vencer as eleições. A direita que derrubou Dilma, a direita que condenou e prendeu Lula sem provas numa farsa judicial para eleger Bolsonaro e a direita que vive esmagando o povo com a sua política de sucateamento dos serviços e corte de direitos do população. Essa seria uma “ala progressista”.
É importante lembrar que Flávio Dino também faz parte de uma ala direita da esquerda e que supostamente faria parte de um “time da vitória” que teria como conquista os governos do nordeste do país. Entretanto, assim como outros governadores da região, o governador do Maranhão já demonstrou sua política econômica alinhada ao bolsonarismo ao propor projetos como a reforma da previdência, a entrega da base de alcântara e a privatização do gás no Maranhão.
Enquanto o PCdoB se alia a direita, ele também se distancia da esquerda, da sua simbologia, do PT, do Lula e dos trabalhadores, e, consequentemente, abandona sua causa.
É óbvio que a esquerda, assim como a classe trabalhadora, não tem nada a ganhar com uma aliança dessa. Ela apenas coloca a esquerda a reboque da direita e, enquanto isso, as lideranças ficam com a ilusão de que, assim, elas “derrotariam” Bolsonaro.
A única maneira de derrotar Bolsonaro — e com “derrotar” é “derrubá-lo junto com toda a corja do atual governo” — é levantando as palavras de ordem Fora Bolsonaro, intensificando a polarização e colocando o povo na rua contra o governo fascista, a intervenção imperialista e ao massacre da classe trabalhadora.