Nesta sexta-feira (4), um grupo de pelo menos 40 estudantes, pais e professores realizaram uma ocupação da Escola Estadual de Ensino Fundamental Estado do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, com o intuito de protestar contra o fechamento do espaço escolar pela Secretaria de Educação do Estadual (Seduc). Apenas um dia antes, quinta-feira (3), técnicos da Seduc violaram o espaço escolar e removeram forçosamente objetos escolares.
Essa violação da Seduc apenas impulsionou a comunidade a tomar ações contra este ataque à educação estadual, e principalmente a esta unidade que atende 249 crianças e 34 estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA). A ocupação foi decidida como ultimo recurso para evitar o fechamento desta unidade e a Seduc não deu à comunidade nenhuma escolha.
Aliás, a Seduc ainda argumentou de varias maneiras o motivo desse fechamento, alegando responsabilidades governamentais não cumpridas como razões para o fechamento da escola. Motivos como o prédio possuir problemas estruturais, ou então índice de reprovação alta, ou até uma mentira: que transformaria o espaço em um “albergue” para pessoas em “situação de rua” durante a situação sanitária atual. Isso em um país que despeja sem dó a população que vive em ocupações populares para a rua em plena pandemia, independentemente da existência da lei que proibiria tais ações neste momento.
A Seduc diz que as atividades escolares seriam transferidas para a Escola Estadual Leopolda Barnewitz, no bairro Cidade Baixa. Os estudantes e pais alegam que essa mudança afetaria a deslocação das crianças até a sede nova, que seria mais de um quilometro de distancia da atual. Vale a pena ressaltar que essa escola é a única que mantém o EJA no centro de Porto Alegre. Professores da Escola também ressaltam a importância da localidade atual do espaço, pois muitos estudantes do EJA só conseguem manter os estudos devido à proximidade da sede a seus locais de trabalho.
“Só vamos sair daqui com garantias oficiais de que a Rio Grande do Sul não vai ser fechada. Essa escola é da comunidade, não do governo”, como disse a presidente do Conselho Escolar, Rossana da Silva. É desta forma, como também nos demonstrou os companheiros estudantes em greve no DF, que se combate estes ataques à educação brasileira. A organização popular, e não esperar a salvação pelas eleições, é que se demonstra como a única arma eficaz de resistência da população frente a estas ofensivas da direita e da extrema-direita. É preciso, acima de tudo, seguir estes exemplos e expandir a luta no Brasil inteiro.