Naomi Klein, jornalista, escritora e activista canadense, autora do livro A Doutrina do Choque: a Ascensão do Capitalismo de Desastre, afirma que a história do livre-mercado contemporâneo foi escrita em choques e que os eventos catastróficos são extremamente benéficos para as corporações. Ao mesmo tempo a autora revela que os grandes nomes da economia liberal, como Milton Friedman, defendem o ‘capitalismo do desastre’.
O Brasil não foge a regra denunciada por Naomi, e dá exemplo do que ela diz. É o que revela pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sobre a queda da produção industrial em 2019, em sete dos 15 locais consultados. As principais quedas foram observadas nos estados de Minas Gerais (-5,6%) e Espírito Santo (-15,7%) e foram embaladas pela crise do setor extrativo.
O setor extrativo de MG e ES foi afetado pela queda na produção de minério de ferro, em Minas Gerais, devido ao rompimento criminoso da barragem de Brumadinho (MG), no início de 2019. No Espírito Santo, a indústria sofreu impactos tanto do incidente em Minas Gerais quanto dos recuos na produção de óleos brutos de petróleo e gás natural e do setor de celulose.
Também como um dos estados da federação que mais vem sofrendo com as chuvas, esses desastres anuais provocados pela enchente, previsíveis mas sem solução, denunciam o descaso da administração pública inspirada pela doutrina do choque, onde nenhum saneamento básico, somado a zero de obras de infraestrutura, são iguais a calamidades públicas premeditadas e criminosas.
Também tiveram recuo na produção industrial a região Nordeste (-3,1%) e os estados da Bahia (-2,9%), Mato Grosso (-2,6%), Pernambuco (-2,2%) e Pará (-1,3%). Juntos, eles foram responsáveis pela queda de 1,1% na indústria nacional no ano de 2019.
Na comparação com igual mês de 2018, o setor industrial mostrou redução de 1,2% em dezembro de 2019, com sete dos 15 locais pesquisados apontando resultados negativos. Espírito Santo (-24,8%) e Minas Gerais (-13,6%) assinalaram os recuos mais intensos. Bahia (-4,7%), Goiás (-2,6%) e São Paulo (-1,6%) também registraram taxas negativas acima da média da indústria (-1,2%), enquanto Rio Grande do Sul (-0,6%) e Pernambuco (-0,4%) completaram o conjunto de locais com recuo na produção nesse mês.
No acumulado do ano para o período janeiro a dezembro de 2019, frente a igual período do ano anterior, a redução observada na produção nacional alcançou sete dos 15 locais pesquisados, com destaque para Espírito Santo (-15,7%) e Minas Gerais (-5,6%). Região Nordeste (-3,1%), Bahia (-2,9%), Mato Grosso (-2,6%), Pernambuco (-2,2%) e Pará (-1,3%) registraram as demais taxas negativas e todas mais acentuadas do que a média da indústria (-1,1%).
Esse é o legado do primeiro ano do governo ilegítimo de Bolsonaro, cuja permanência representa um risco para toda a economia nacional e para a imensa maioria do povo brasileiro.
E ainda tem gente que duvida que o “fora Bolsonaro” é melhor política para lidar com toda essa desgraça representada por esse bando de fascistas.