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Sindicalismo em crise

Conlutas não quer luta, quer “ação judicial” para fazer demagogia

As lideranças sindicais precisam reaprender seu ofício, e liderar a luta do povo.

Desde que a Revolução Industrial evidenciou a luta de classes, as organizações sindicais tem se mostrado o mais importante mecanismo de organização da classe trabalhadora contra a exploração burguesa. Os sindicatos, ao longo de mais de dois séculos, conquistaram direitos, politizaram os trabalhadores e até fizeram revoluções. No Brasil, as organizações dos trabalhadores tiveram grande importância nas lutas da classe operária nos diversos períodos de arbítrio por que passamos, como durante a ditadura militar, quando foram fundamentais as gigantescas greves do setor metalúrgico que sem sombra de dúvidas precipitaram a queda do militares.

Apesar do fim da ditadura militar em 1985 e do surgimento de uma nova Constituição em 1988, anunciada como prelúdio de um novo Brasil democrático, o que vimos é que a perseguição às organizações sindicais nunca cessou. Líderes sindicais continuam sendo sistematicamente assassinados no Brasil, ainda assim, é perceptível que ao longo das últimas décadas, ocorreu um processo de acomodação no meio das lideranças das organizações operárias, marcada pela despolitização dos sindicatos brasileiros que tem cada vez mais restringido seu campo de atuação às linhas institucionais, demarcadas por seus próprios inimigos de classe.

Um bom exemplo disso vem da Central Sindical e Popular Conlutas, que há muito tempo esqueceu do papel de organização sindical é organizar, politizar e mobilizar os trabalhadores para enfrentar os ataques da burguesia. Ao invés disso, a Conlutas prefere fazer demagogia barata, como fez nessa quinta-feira (08/05), quando entrou com Ação Civil Pública contra o estado do Rio de Janeiro, exigindo a decretação de quarentena total na região metropolitana do Rio de Janeiro. O pedido também inclui a requisição e centralização pelo SUS (Sistema Único de Saúde) de todos os leitos dos hospitais públicos e privados, medidas de de proteção social e garantia de renda, entre outras exigências. A Conlutas demonstra enxergar o mundo pelos olhos da imprensa burguesa, que alardeia o confinamento social como tábua de salvação, ignorando que o Brasil não é apenas a classe média com suas tvs a cabo e comida por aplicativo.

A ação civil pública da Conlutas é no mínimo ingênua, para não dizer ridícula e apresenta duas obviedades que somente quem não conhece a realidade brasileira poderia ignorar. Em primeiro lugar o objeto principal da demanda, em nenhum sentido, é benéfica aos trabalhadores. A obrigatoriedade da quarentena, sobretudo quando o Estado brasileiro não oferece nenhum auxílio aos trabalhadores, é criminosa e antidemocrática, pois sabemos que não é possível ficar em quarentena sem comida, sem remédios e sem condições sanitárias mínimas, realidade de milhões de brasileiros, e ainda que fosse possível, não é oportuna, visto que o momento político coloca o país sob ameaça crescente de golpe de Estado e ingresso num período de forte recessão econômica.

As demais reivindicações da ação demonstram seu caráter demagógico, o que nos leva a segunda obviedade, o Poder Judiciário brasileiro é um instrumento da burguesia e não lhe será, em nenhuma hipótese, desfavorável. Nunca é demais recordar que foi justamente este poder Judiciário que nunca puniu os crimes da ditadura militar, que pouco ou nada faz quanto ao extermínio de lideranças populares, que vem protagonizando uma escancarada perseguição a Lula e ao PT e que ignora os seguidos crimes de Bolsonaro.

O trabalhador brasileiro está vivendo seu pior momento em décadas, ameaçado por uma pandemia mortal justo quando um golpe de Estado aprofunda os ataques a direitos conquistados em anos de lutas, quando sua liberdade é ameaçada pelo autoritarismo, quando assistimos atônitos a formação de milícias fascistas armadas, quando os bolsonaristas violentos tomam as ruas pedindo abertamente a instauração de uma ditadura. Justamente nesse momento, é preciso dizer que a classe trabalhadora não precisa de advogados, mas de líderes dispostos a conduzi-los na histórica luta de classes.

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