À medida que as eleições municipais se aproximam vai ficando cada vez mais nítido que a política da esquerda esta profundamente adaptada ao regime político, através da busca incessante por resultados eleitorais.
O fato que a direção do PT declarou que estaria disposta a abrir mão do lançamento de candidaturas próprias para apoiar candidatos de outros partidos somente reforça a política de busca de “ frentes” eleitorais.
A resolução do diretório do PT em Porto Alegre de apoiar a candidatura de Manuela D’avila do PCdoB e as negociações para apoiar Freixo (PSOL) no Rio de Janeiro não decorre da construção de uma unidade para enfrentar os golpistas, mas é parte da política geral de busca de candidaturas com suposta maior densidade eleitoral, ou seja trata-se de tão somente de um cálculo eleitoral, pois aparentemente busca-se o lançamento de candidatos que teriam maiores chances de vitórias eleitorais.
Um primeiro ponto a ser destacada é que o entusiasmo em torno da unidade da esquerda e que o PT estaria abrindo mão do “ protagonismo hegemonista” como parte da “ autocrítica” para construir frentes com candidatos mais a esquerda é na verdade uma fraude política, uma vez que tanto o PCdoB quanto o PSOL estão ávidos pela base do PT, sem na verdade nenhuma contrapartida efetiva, inclusive em diversos municípios brasileiros, o PCdoB em nome da busca pela “ frente ampla” tem costurado apoio a candidatos de partidos burgueses contra o PT.
Além disso, é importante assinalar que os candidatos “ mais a esquerda”, como Manuela e Freixo representam na prática candidaturas ainda mais adaptadas ao golpe do que os candidatos do PT, partido reformista e conciliador, mas que foi derrubado justamente pelos “novos aliados” do PCdoB, para impor a política de fome, miséria e a ditadura que está se impondo no País. Assim, em Porto Alegre, Manuela é a candidata do PCdoB, partido que defende a aliança com os partidos golpistas, e Freixo do PSOL apoiou recentemente o pacto de segurança pública da direita no Congresso Nacional.