O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) entrou de cabeça nas eleições deste ano e está organizando um curso preparatório para seus possíveis candidatos. Com o tema “Novas Regras Eleitorais: Pré Campanha e Campanha 2020”, realizado na capital do Maranhão, São Luís, com a participação de 182 pessoas de várias cidades do Estado.
O que chama a atenção da decisão do PCdoB é organizar e montar um curso em meio à pandemia e aos ataques da direita contra os trabalhadores e mobilizar uma quantidade razoável de pessoas que poderiam estar ajudando a organizar a população e os trabalhadores.
As eleições vão no sentido oposto da situação atual do país, com instituições tomadas pela direita golpista após o golpe em 2016 e das fraudadas eleições de 2018 – que se iniciou com a prisão de Lula para levar Bolsonaro a presidência da República. Não vai ser agora que vão permitir eleições minimamente democráticas.
Infelizmente, essa atitude eleitoreira do PCdoB acompanha toda a esquerda. Revela que a esquerda não tem nenhum interesse em mobilizar a população para reverter o quadro atual, e não é por acaso que o PCdoB é um dos principais articuladores da frente amplíssima, juntamente com o Psol e setores do PT, para realizar acordos com a direita “civilizada” do Congresso Nacional.
A esquerda pequeno-burguesa está numa enorme euforia com as eleições. Um enorme corre-corre e fórmulas mágicas para tentar se eleger, desde acordos abertos com a direita até o que está mais na moda entre a esquerda, os mandatos coletivos. Todas essas fórmulas são farsas para mobilizar a população a eleger meia dúzia de parlamentares fazer demagogia no microfone.
Deixar a população a mercê da crise econômica e sanitária gerada pela pandemia e agravada pela direita irá trazer um grande descrédito para as organizações de esquerda. Este é o momento de ir até a população e os trabalhadores e mostrar como se organizar e reagir aos ataques da direita. Ou seja, as eleições devem estar atreladas as lutas e os enfrentamentos com a direita e os patrões. É uma consequência da luta da etapa anterior.
É evidente que as eleições não terão o mínimo espaço para a esquerda e a prioridade deve ser a organização da população no combate ao coronavírus e suas consequências para a população pobre e trabalhadora. Até para garantir eleições minimamente democráticas, a população deve estar mobilizada para qualquer tentativa da direita em dar mais um golpe e realizar o fechamento do regime com a intervenção aberta dos militares.
Neste momento de crise e ofensiva da direita, os trabalhadores têm que estar mobilizados e nas ruas para enfrentar desde desemprego e cortes nos salários, até um golpe militar. Não serão parlamentares, STF, ONU ou qualquer outro organismo da burguesia que irá defender os trabalhadores. O coronavírus está trazendo graves consequências para os trabalhadores e deve ser combatido com mobilização e não pela direita bolsonarista que está no governo e está matando o povo de fome e doença.