Na noite do dia 31/01, deputados baianos aprovaram a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 159/20, apresentada pelo governo Rui Costa (PT) na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), em Salvador, onde há o desmonte do sistema previdenciários dos trabalhadores baianos.
Diante do enorme descontentamento entre os servidores e de uma mobilização de setores da base do Partido dos Trabalhadores (PT) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT), houve uma enorme crise dentro do PT e de conflito até o momento de sua aprovação.
Encabeçada pelo governador da ala direita do PT, que se aproximou de setores da direita baiana, como ACM Neto e de ex-carlistas, para aprovação da destruição da previdência social na Bahia, e colocada sob enorme pressão dessa ala sob os parlamentares do PT, levou servidores a entrar na ALBA para evitar a aprovação.
Diante da impossibilidade de votação devido a ocupação da assembleia por servidores, principalmente policiais civis, o governador Rui Costa e parlamentares chamaram a tropa de choque para garantir a continuidade da sessão e aprovação da PEC 159/20.
Numa barbaridade sem tamanho, digna de um governo de extrema-direita bolsonarista, a ALBA foi tomada por policiais militares do Batalhão de Choque como se fossem na ditadura militar.
O Batalhão de Choque impediu o acesso de servidores e manifestantes a um auditório reservado com os deputados, e a votação e aprovação ocorreu de maneira esmagadora com 59 votos a favor e apenas quatro votos contrários.
Rui Costa apresenta política da direita e se apoia em setores do carlismo, como a Polícia Militar
Não é de hoje que o governador Rui Costa vem se colocando ao lado da direita e em apoio até de políticas do governo Bolsonaro, em detrimento de uma política da esquerda e de sua base, como a apresentação de uma candidata a prefeitura policial militar que nem é das fileiras do PT.
O que chama a atenção sobre a invasão da tropa de choque da polícia militar na ALBA é que essa política está servindo para dar fôlego para a direita da Bahia, inclusive com a ajuda direitista do Psol que faz demagogia eleitoral atacando o PT com argumentos da direita, com o intuito de ganhar alguns votos e eleger um ou dois parlamentares.
Nem governos da direita tomaram uma medida tão direitista e abertamente ditatorial para aprovar a reforma da previdência colocando a tropa de choque dentro do parlamento. Se apoio na polícia militar para atacar os trabalhadores e leva adiante uma política que não contribui em nada para o PT, para a esquerda e, ainda, causa muita confusão na luta contra o golpe, a direita e o governo Bolsonaro.
É preciso derrotar a política de direita do governador Rui Costa mobilizando os trabalhadores e a base popular e sindical do PT. Rui Costa e sua política de direita não vai ser derrotada na justiça ou chamando de Ruisonaro ou coisa do tipo (em alusão as medidas bolsonaristas), se apoiando em setores da direita que atacam o governo, como no caso dos policiais civis e militares, como faz o Psol.
É preciso colocar uma enorme campanha contra a destruição da previdência social e de esclarecimento na base de trabalhadores sobre a política de Rui Costa. A militância do PT não pode aceitar a política de direita e de ataque aos trabalhadores apresentada por Rui Costa.