Os partidos tradicionais do regime burguês brasileiro estão em crise, fruto da crise do próprio regime burguês. Os maiores partidos do país em números de filiados, PT, MDB, PSDB, PP, DEM e PDT, vêm perdendo o número de pessoas filiadas em um ritmo considerável. Só entre 2018 e 2020, os números absolutos de filiados a partidos políticos caiu 1 milhão.
A crise do regime político se dá por conta da crise de toda a economia capitalista no planeta, o que fica escancarado em momentos como o que vivemos, em que o sistema em que vivemos não tem nenhuma capacidade de lidar com a crise de saúde por conta do coronavírus. Sendo assim, o sistema gera uma descrença total no sistema político vigente, fazendo com que nem mesmo durante as campanhas eleitorais, quando os partidos tradicionais fazem inúmeras campanhas e filiam uma grande parcela da população, seja possível recuperar a imagem desses partidos.
Nem mesmo a polarização política que tem mexido com o país foi suficiente para frear o desgaste político dos partidos tradicionais. O golpe de estado de 2016 foi ainda um grande aliado para o fim da credibilidade do regime e dos partidos políticos tradicionais, pois demonstrou a fragilidade do “regime democrático” e colocou em descrédito a ideia de que as eleições garantiriam algo no país.
O MDB, partido que conta com o maior número de filiados no Brasil, foi o que mais perdeu pessoas, sendo responsável por mais de um quarto do número geral de pessoas que deixaram de participar dos partidos políticos tradicionais, o que equivale a 268,7 -mil pessoas a menos no partido. Há de se destacar que o MDB, que se chamava PMDB e mudou de nome recentemente para tentar reverter o sentimento de raiva da população, é o partido de Michel Temer, principal figura do golpe de estado de 2016 que pôs fim ao governo Dilma.
É interessante notar que dentro dos maiores partidos políticos, o partido que menos perdeu filiados foi justamente o Partido dos Trabalhadores, com uma perda de 5,8%, partido que foi vítima do golpe de estado de 2016.
Há que se destacar também o fato de que os partidos burgueses e pequeno burgueses tem como fim as eleições, fazendo com que muitos de seus filiados não tenham nenhuma relação verdadeira com o partido, mas sim, uma relação oportunista com fins eleitorais ou com o objetivo de conseguir um cargo em algum lugar na burocracia do estado, o que faz com que ao primeiro sinal de indisposição com a opinião publica, seus filiados saiam em massa do partido e se reagrupem em outras siglas.