Por Izadora Dias
Acatando as reivindicações identitárias da esquerda pequeno-burguesa, o Estado do Ceará lançou uma campanha para o Carnaval contra o uso de determinadas fantasias. Na propaganda criada pelo estado cearence pode-se ler “raça não é fantasia”, “Etnia não é fantasia”, “Identidade não é fantasia” e “Religião não é fantasia”.
As típicas fantasias de índio, homem vestido de mulher, vestimentas religiosas, “nega maluca” e peruca black power, são acusadas, pela esquerda pequeno-burguesa, de serem usadas para ridicularizar as minorias e acabam resultando em mais violência contra esses grupos. Essa campanha não é nova, a novidade é que as vestimentas dos foliões estarão sob o olhar policialesco do Estado.
E este é o problema, o Estado não tem interesse em proteger esses grupos, desde o início do governo de extrema-direita de Bolsonaro, a violência contra os indígenas, negros, LGBTs e mulheres aumentaram exponencialmente. O número de mortes causados pela polícia militar de todos os estados do Brasil contra esses mesmos grupos chegam a dobrar e nenhuma dessas mortes foram influenciadas pelas fantasias do foliões.
Essa campanha identitária contra as tais fantasias está sendo oficializada pelo Estado por um motivo e terá a consequência de aumentar a repressão contra o povo. A direita faz demagogia com o tema para censurar e acabar com a liberdade de expressão do povo e em última instância, acabar de fato com o Carnaval. Já que a festa popular sempre teve um viés politizado. Não é a toa que no ano passado, apenas no segundo mês do governo de Bolsonaro, milhares de vozes ecoaram o “Ei Bolsonaro vai tomar no c*” nos blocos carnavalescos por todo o país e o pedido se estendeu para o resto do ano, aonde houvesse algum aglomerado de pessoas.