No dia 19 do mês passado o Facebook anunciou uma mudança em sua “Política de Organizações e Indivíduos Perigosos” com o intuito de excluir páginas que, supostamente, promovem violência.
A plataforma iniciou as remoções contra páginas de grupos de extrema-direita, tais como de grupos ligados à QAnon, que seria uma espécie de teoria da conspiração contra o governo estadunidense e seu presidente, Donald Trump. Fechou também outras páginas, que são de milícias de extrema-direita ou relacionadas a elas.
A investida contra essas páginas especificamente na rede social é bastante suspeita. No entanto, a medida rapidamente se reverteu em uma investida contra páginas de esquerda, páginas antiracistas e antifascistas. Equiparam, colocam na mesma linha de ataque, páginas de organizações de esquerda, páginas que cresceram e noticiam diversas mobilizações devido a onda de protesto contra a violência policial, contra o genocídio da população negra norte-americana.
No Brasil, a campanha de remoção e censura de páginas nas redes sociais é acompanhada com grande movimentação. Em tramitação no Congresso Nacional a PL das Fakes News demonstra que a situação brasileira caminha no mesmo sentido.
Recentemente, anunciaram a derrubada de contas no Twitter de supostos propagadores de notícias falsas, todos ligados a direita. Criaram a confusão e, em seguida, baniram diversas contas do whatsapp (que é do Facebook) do Partido dos Trabalhadores.
A acusação é de “spam político”. Na realidade, o partido utilizava essas contas para comunicação com seus filiados, enviados informações, notícias, etc. Segundo a própria presidenta do partido, Gleisi Hoffmann, as contas foram removidas sem explicação nenhuma.
É importante destacar que o banimento demonstra de que a censura, mesmo contra a direita, no final, se volta totalmente contra a esquerda, contra organizações sindicais, as organizações populares, etc.
Qualquer notícia que questione, denuncie, investigue, pode ser considerada notícia falsa e ser sumariamente deletada. E ainda existe a ameaça de processos contra jornais e televisões progressistas.
A situação tende a se acirrar nesse período eleitoral justamente pela fraude eleitoral que a burguesia está preparando. E o controle das redes sociais é ditatorial, a favor da direita.