O governador João Doria (PSDB) anunciou o adiamento da reavaliação do Plano São Paulo, após um aumento de 18% no número de internações relacionadas com o coronavírus ter sido constatado na última semana. Estava prevista para esta terça-feira (17) a reclassificação do conjunto de medidas restritivas adotadas pelo governo em todo o território estadual.
O político tucano citou “preocupação” e “cautela” com o aumento nas internações. Nos últimos dias, a secretaria de Saúde de São Paulo não divulgou os dados sobre a pandemia, com a alegação de que houve um problema no sistema federal.
Uma atualização foi prometida para o dia 30 de novembro, quando serão avaliadas o avanço de novas regiões para a fase verde do Plano SP, com relaxamento de medidas restritivas. O aumento das internações, constatado já na semana passada, era negado pelo governo.
Conforme dados fornecidos pelo governo estadual, a taxa de ocupação de leitos de UTI é de 47,3% na Grande São Paulo e 42,3% no estado. No total, são 7.973 pacientes internados, sendo que 4.601 estão em enfermaria e 3.372 em unidades de terapia intensiva. São Paulo é o epicentro da pandemia no Brasil. Desde o começo da pandemia e de acordo com os dados oficias, são 1.117.147 casos confirmados e 39.311 óbitos.
É evidente a preocupação do governador tucano de esconder a realidade da população, no sentido de passar uma impressão de normalidade e negar que a pandemia continua avançando e está totalmente fora de controle. A ideia é justificar a reabertura da economia e avançar na retomada das aulas presenciais nas escolas e universidades.
O governo estadual negava o aumento do número de internações que agora reconhece. Como a situação se agrava a cada dia, com milhares de novas infecções, já não é mais possível manter a postura de negação. Desde o começo da pandemia, nenhuma medida efetiva foi tomada no sentido de organizar a população para o enfrentamento da doença.
Doria fez uma demagogia com o distanciamento social no início, que visava principalmente projetá-lo e antagonizar com Bolsonaro, adversário que se prepara para enfrentar nas eleições presidenciais de 2022. Na essência, sua política é a mesma da do presidente da República, que se sintetiza na frase “deixar morrer quem tiver que morrer”.
Como os dados são subnotificados, é de se projetar que o número de infecções e mortes sejam muito maiores. Meses atrás, os tucanos mudaram a metodologia de compilação estatística, de forma a dificultar que a população acompanhe e compreenda o desenvolvimento da doença. O principal objetivo dos tucanos é evitar gastar recursos para enfrentar a doença, pois estes devem ser direcionados para os bancos e grandes capitalistas.