Os atingidos pelo desastre criminoso em Brumadinho, após mais de um ano, ainda continuam desamparados. O desastre representou um dano ambiental enorme e, mais que isso, representou um dos maiores acidentes de trabalho no Brasil que afetou conjunto de famílias que tiveram que lidar com as consequências do crime.
Após todo esse desastre premeditado, a Vale permanece sem oferecer auxílio digno aos atingidos. Ao contrário do diálogo e cumprimento das reivindicações solicitadas pelas famílias, a Vale responde de forma arbitrária.
Diante desse fato, organizações afetadas pelo acidente criminoso, tem denunciado que o processo de reparação do dano, tem sido gerenciado pela própria causadora do desastre. A comunidade afetada e seus representantes, exigem que se tenha mais participação da sociedade civil e dos diretamente afetados pelo crime, durante o processo de decisão sobre a reparação do crime.
Frente a esse descaso, no dia 13 de novembro, foi protocolado pela Comissão Especial de Ecologia Integral e Mineração da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), pelo Grupo de Trabalho de Ecologia Integral e Mineração do Regional Leste II da CNBB e Rede Igrejas de Mineração (IyM) um documento questionando o acordo entre a Vale- causadora do crime- e o governo do estado de Minas Gerais. Nesse documento, além de questionar a forma como tem sido tratado o crime, exigem que o acordo garanta justiça aos afetados e que, o processo de reparação do dano tenha participação da sociedade civil, dos atingidos e que não seja dirigido pela própria causadora do dano. Também denuncia o sigilo em relação ao processo e acordos.
É possível observar que as instituições que estão trabalhando no caso representam os interesses dos capitalistas envolvidos no crime. Isso pode ser evidenciado através do acordo entre a Vale e governo de Minas, que também tem a participação do Ministério Público e defensoria do Estado e da União. Tais reuniões e acordos têm sido feitos em sigilo de justiça e sem a participação dos maiores interessados no caso (os atingidos pelo crime).
Diante disso, é preciso a mobilização dos diretamente afetados e construção de comitês de luta. As instituições burguesas não irão atender as demandas da sociedade, como pode ser observado nesse caso. É preciso uma mobilização pela estatização da Vale e para que os afetados recebam as indenizações que lhes cabem e que, sejam eles próprios, a gerenciar esses recursos.