OS EUA concentram a maior população carcerária do mundo, os presos no sistema penitenciário correspondem a 25% dos presos no mundo. Este país é um exemplo de encarceramento em massa com seus mais de 2 milhões de presos. Uma pesquisa da Universidade de Cornell mostrou que 45% da população norte-americana teve algum parente próximo que passou pela prisão ou está preso, na comunidade negra, mesmo sendo uma minoria nacional, esse número sobe para 63%.
A política de encarceramento em massa tem um ponto de partida, ou pelo menos um ponto de impulso fundamental. A data é 1994, durante a presidência de Bill Clinton, o principal responsável, o senador Joe Biden. Trata-se da Lei Federal contra o crime de Biden.
O lei foi aprovada no senado americano e sua consequência é o Estado atual do país no que diz respeito ao encarceramento em massa. A lei estendeu a pena de morte a 60 novos crimes, endureceu as sentenças, ofereceu aos estados fortes incentivos financeiros para a construção de novas prisões e proibiu uma série de armas de assalto, Também apliou o efetivo de políciais, de 1990 a 1998 o efetivo passou de 699.000 para 899.000 políciais. O projeto fascista da lei anti-crime de Sergio Moro, não passa nem perto da magnitude da lei de Biden aprovada em 1994.
Uma lei extremamente dura que marcou todo o país, como um dos mais repressivos do mundo. O Estados norte-americanos para ter acesso às verbas federais, foram destinados a construção de presídios, somente naqueles Estados que garantirem que os presos cumprissem 85% das penas em regime fechado, mudaram suas legislações e muitos adotaram legislações estaduais similares. Foi a criação de um verdadeiro Estado policial.
A lei tem efetivamente um público alvo preferencial, a população negra norte-americana e é uma expressão da opressão que sofre essa comunidade étnica dentro dos Estados Unidos. Biden já havia antes, em 1988 apoiado o Lei antidrogas que aumenta penas para uso de substâncias como o Crack, leis dirigidas contra a população pobre, notadamente a população negra.
Os nefastos efeitos desta lei de tipo fascista são sentidos hoje por milhões de pessoas encarceradas, pelas milhares assassinadas pelo estados e por milhões e milhões de familiares desses presos, muitas vezes por nada. Por isso mesmo a lei é execrada nos Estados Unidos.
Donald Trump, chegou a publicar nas redes sociais que ninguém ligado a lei anti-crime de 1994 seria eleito, sobretudo pela comunidade negra. Da parte de Trump é pura demagogia, pois ele também apoia estas medidas, mas revela o grau de rejeição desta lei do senador Biden na sociedade norte-americana.
Biden durante a campanha eleitoral procurou se desligar de seu feito passado, afirmando que a lei refletia um determinado momento histórico e que agora existe outro momento, e como um bom demagogo fala de coisas como prevenção, diminuição do encarceramento e etc.
O número de negros no sistema prisional norte-americano passa dos 30% e teve uma aumento exponencial entre os da década de 1990, mesmo correspondendo a cerca de 15% da população daquele país.
Essa é a política de Biden, repressiva, contra os direitos da população norte-americana, racista; pela manutenção e o aprofundamento da opressão dos negros. Não deve absolutamente nada a Trump e talvez seja alguma coisa mais agressiva, é isso que devemos esperar.