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Rio de Janeiro

Atacado pelo “futebol moderno”, Maracanã faz 70 anos

O maior Estadio do mundo, no sentido de afeto despertado pelas torcidas brasileiras, faz 70 anos, mesmo com ameaças de implosão, reformas para expulsar torcedores e privatização

“Vamos entrar pelo Bellini ou pela rampa da UERJ”: frases como essa fazem sentido aos frequentadores do Estádio Jornalista Mario Filho, vulgo Maracanã. É dessa maneira que torcedores dos grandes times do Rio de Janeiro (Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco) marcam o ponto de encontro e entrada no Maraca, pois diante dos jogos entre as quatro maiores do Torcidas do Rio de Janeiro, cada torcida tem seu lugar no Estádio.

Essas e outras especificidades foram desenvolvidas no decorrer dos 70 anos do querido Maracanã, situado na zona norte do Rio de Janeiro, entre a Tijuca o bairro do Maracanã e Vila Isabel, e também próximo ao morro da Mangueira. Bairros que ajudaram a construir a historia do Estádio e da cultura carioca.

O Maracanã foi inaugurado no dia 16 de junho de 1950. Construído para a Copa do mundo daquele mesmo ano, foi erguido onde ficava o terreno de um clube para corridas de cavalos. O Maraca já nasceu com a alcunha de maior estádio do mundo, com capacidade para 166.369 espectadores. No final da Copa de 50, estima-se que chegou a receber 200 mil pessoas, ou seja, 10% da população da cidade do Rio de Janeiro em 1950. Atualmente, depois das recentes reformas, consegue comportar pouco mais de 78 mil em sua plateia.

Sua primeira reestruturação aconteceu em 1999, para a realização do Mundial de Clubes FIFA de 2000. Depois, o estádio ficou fechado entre 2005 e 2006 para reparos visando a solenidade de abertura dos Jogos Pan-americanos de 2009. Por fim, a reforma foi refeita para receber a Copa do Mundo de 2014, e o Maracanã passou a ter um único lance de arquibancadas.

Sendo transformado no que a nova engenharia chama de Arena, que na verdade é uma estratégia para afastar dos Estádios, no caso do Maracanã, quem construiu sua estrutura e sua historia: a classe trabalhadora.

O velho Maraca ainda tem em seu currículo a estreia na seleção brasileira do maior jogador de todos os tempos: o rei Pelé. E também foi no maracanã que o Rei marcou seu milésimo gol. Foi no estádio que torcida do Flamengo viu Zico, o galinho de Quintino, se tornar o maior goleador do estádio com 333 gols.

Em 2016, o Maracanã tornou-se o primeiro estádio não olímpico do mundo a sediar tanto a abertura quanto o encerramento de Jogos Olímpicos, e foi no maracanã e no estádio Azteca no México, os únicos a sediarem duas finais de copa do mundo.

O Maracanã é símbolo do futebol e um patrimônio do povo brasileiro, que cada vez fica mais distante da classe trabalhadora pela limitação de publico e pelos altos preços cobrados pelos ingressos e a perseguição e restrição as torcidas organizadas que são criminalizadas por suposta violência, que fica claro na atual circunstância politicas brasileiras, que a criminalização das torcidas é de fato uma maneira de tirar dos estádios os mais pobres e uma politização contra o que a burguesia vem transformando o futebol brasileiro, uma mercadoria para poucos com dinheiro. O presente que todos devem dar ao maior do mundo é o grito “o Maraca é nosso”.

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