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Covid19 avança no interior.

Araraquara (SP): 2.000 demissões em bares, restaurantes e hotéis

A julgar pelos grandes centros, é possível saber para onde vai a luta contra a pandemia no interior, e da necessidade do trabalhador protestar nas ruas para evitar as mortes.

A crise pelo coronavírus atinge Araraquara, cuja tentativa de reabrir a economia sofrerá retrocesso diante dos aumentos de casos de morte e infecção pela Covid19. Segundo a Secretaria de Saúde, Eliana Honain, Araraquara registrou até ontem (14) mais 19 resultados positivos para coronavírus, e já soma um total de 561 casos registrados na cidade, e 6 óbitos até o momento.

O comércio registrou 2 mil demissões durante toda a pandemia de coronavírus apenas nos hotéis, bares e restaurantes. Os dados são do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e similares (SinHoRes), que projeta a falência de 35% dos estabelecimentos até o fim da crise.

De acordo com o presidente do SinHoRes, Fernando Pacchiarotti, o setor é um dos mais afetados pela crise gerada pela pandemia.

“Muitos não vão reabrir porque já devolveram o prédio que era alugado, já demitiram todo mundo, já tiraram os equipamentos. Em torno de 35% não vão retornar às atividades”, disse.

Entre os demitidos estão garçons, garçonetes, cozinheiros e outros colaboradores que trabalhavam diariamente nos estabelecimentos.

Em um dos bares de Araraquara, o proprietário Adriano Daltrini informou que dos 52 funcionários fixos, 20 foram desligados. A preocupação no momento é que a situação fique pior com a regressão de Araraquara para a fase 2, onde a abertura ao público é proibida.

O decreto com as novas medidas de flexibilização ainda não foi divulgado pela Prefeitura de Araraquara e está previsto para terça-feira (16).

A regra tem sido a de que os sindicatos, muitos sem força para enfrentar a burguesia por ficarem sempre refém da burocracia que os lidera, buscam acordos que ratificam política do governo de suspender contratos, reduzir jornadas e os pagamentos, ou simplesmente encaram as demissões em massa sem nada fazerem. Com isso o desemprego aumenta e a perspectiva de melhora vai ficando cada vez mais distante, e o trabalhador acaba sendo o mais prejudicado, porque sem renda e sem estrutura sanitária, vai sucumbindo sem ter com quem contar.

Embora em proporções menores do que na capital, a pandemia avança para o interior e já deixa o rastro de morte por onde passa, dando mostras de que o estrago tende a aumentar. A flexibilização não tem em conta nada além do lucro reservado à burguesia, e enfrenta despreocupada com a saúde do trabalhador a pandemia, querendo a todo custo (custo da vida do trabalhador) que a vida volte ao normal para que ele tenha de volta o seu mercado.

As informações, por piores que sejam, são amenizadas quando não evitadas, para jogarem as pessoas de volta ao consumo e salvarem o mercado da bancarrota de alguns capitalistas. 

Mas, por trás disso, temos um genocídio encaminhado em conjunto pela administração pública e a burguesia, que evitando o investimento maciço na saúde para sustentar o tratamento da maioria do povo pobre e oprimido que trabalha sem nenhuma condição e apoio, espera que a imunidade de rebanho dê conta de tudo, mesmo que não tenha vacina, o que seria necessário para que isso acontecesse. E, nesse ínterim, a única certeza é a morte para essa população.

A única saída é uma grande greve para que a burguesia seja intimidada e recue diante do destino cruel que reservou à classe trabalhadora. Mas é preciso que a greve seja geral e que um setor apoie o outro, unificando o movimento nas ruas, e lutando pelo fora Bolsonaro, para que, em âmbito nacional, tenhamos a repercussão política que acabe com as mortes dostrabalhadores, e todos possam ter o atendimento que merecem.

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