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Não teve golpe

Ao tentar desmentir Lula, PSTU novamente apoia o golpe imperialista

Partido defende novamente a tese da direita de que o imperialismo não está por trás do golpe e portanto nem mesmo teve golpe, tudo foi "a vontade do povo"

Ainda sobre os debates sobre as manifestações de junho de 2013, que veio à tona após as declarações do ex-presidente Lula em entrevista à TeleSur afirmando que o imperialismo esteve por trás das manifestações que serviram para derrubar Dilma Rousseff, o PSTU publicou matéria na qual tenta discordar de Lula e analisar o que foi 2013. E como sempre faz ao tentar explicar a situação política desde então, acaba assumindo uma política de aliança com a direita e de apoio ao golpe de Estado.

A matéria, intitulada “Junho de 2013 não foi só por 20 centavos, nem armação dos EUA, foi contra o sistema” já mostra a política direitista do partido de esquerda que assumiu uma política golpista até hoje, quando o produto do golpe de Estado foi a ascensão da extrema-direita ao governo.

A pressa do PSTU em desmentir Lula ” 2013 não foi armação dos EUA” faz o partido cair na vala comum da direita, que procura apresentar qualquer um que denuncia sua política como lunático ou adepto da “teoria da conspiração”. Afinal, quem, além do PSTU e poucos outros pequenos grupos da esquerda pequeno-burguesa afirmam que não existe armação do imperialismo? Só mesmo a própria direita pró-imperialista.

E para disfarçar, bem mal disfarçado, sua política direitista, o PSTU chama as manifestações genericamente de “contra o sistema”. O problema é que qualquer um que acompanhe a política internacional sabe que o extrema-direita fascista também se coloca de maneira demagógica e genericamente como “anti-sistema”.

Talvez seja por isso que para o PSTU Bolssonaro é um produto das grandes mobilizações “anti-sistema” “não armadas pelos EUA” defendidas pelo PSTU. Diz o artigo: “os governos não ouviram a voz das ruas. Dilma, depois de eleita prometendo não mexer em direitos, praticou um estelionato eleitoral e perdeu apoio popular. Bolsonaro surfou na onda anti-PT, se elegeu presidente e quer aplicar uma política de guerra aos trabalhadores e o povo pobre.”

O PSTU afirma, assim como afirma a direita golpista, que Dilma cometeu “estelionato eleitoral” e isso teria levado à perda de apoio popular. De maneira espetacular, então, o povo que teria se sentido “traído” pelo PT decidiu votar em Bolsonaro. O apoio popular do PT foi para Bolsonaro, apenas essa ideia seria absurda por si só, mas a explicação do PSTU é ainda mais absurda. Essa guinada espetacular do povo seria resultado direto da promessa não cumprida de Dilma Rousseff nas eleições. Devemos concluir então que para o PSTU o único caso de candidato que promete e não cumpre é o de Dilma. Afinal, passamos por dois mandatos de FHC, dois de Lula e um de Dilma. FHC, inclusive, deve ter dito somente a verdade quando foi eleito, afinal seu governo não foi derrubado.

Uma explicação completamente fantasiosa que é na realidade uma versão pseudo-esquerdista do que diz a própria direita golpista.

O que realmente aconteceu em 2013

Segundo o PSTU, “Os protestos de junho expressaram de forma generalizada o repúdio das massas aos políticos, aos grandes partidos e a essa falsa democracia dos ricos.” De início até poderíamos concordar, ainda que em partes, com o PSTU. As manifestações de 2013 se iniciaram como grandes movimentos políticos, iniciado pelo problema das passagens e cujo estopim foi a brutal repressão colocada em marcha pelo governo da direita do PSDB de São Paulo. O movimento transbordou a partir daí.

Esse movimento, até esse momento, era de esquerda e popular e com reivindicações populares, como centro a questão das passagens e da repressão policial. E é a aí que a coisa muda de figura.

Percebendo que o movimento sairia de controle e colocaria em xeque em primeiro lugar o governo tucano de São Paulo a direita tratou de sequestrar as manifestações. Primeiro por meio de uma propaganda incessante na imprensa atribuindo àquele movimento pautas artificiais, como a corrupção, e passou também a direcionar o movimento contra o governo federal. Segundo, infiltrando agentes da polícia e de organizações de direita com o intuito de introduzir tal política artificial por dentro das manifestações e também hostilizar os partidos de esquerda presentes.

Essa operação só foi possível graças à política totalmente desastrosa do conjunto da esquerda pequeno-burguesa. Em primeiro lugar aos preconceitos anarquistas do Movimento Passe Livre, do qual participavam não apenas os anarquistas mas também representantes do PT, PCdoB, PSTU e Psol, que colocaram em marcha a política demagógica de horizontalidade que permitiu que a direita ocupasse as manifestações com facilidade. Em segundo lugar pela ausência de uma orientação política para as manifestações.

A capitulação final foi inclusive permitir que a direita sequestrasse a manifestação. A esquerda em geral não enfrentou a direita, em particular o PSTU, que inclusive chegou a lançar a palavra de ordem de “nossa bandeira é verde, amarela e vermelha”. Uma capitulação total.

Tal política permitiu, aí sim, que o imperialismo iniciasse uma política de rua que se desenvolveram para os atos coxinhas que resultaram na queda de Dilma Rousseff.

Para o PSTU, no entanto, tudo isso é o povo. Foi o povo que derrubou Dilma e foi o povo que colocou Bolsonaro no poder. Afinal de contas, não teve golpe. Essa é a política do PSTU.

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