No dia 30 de Janeiro de 1933, Adolf Hitller, líder do Partido Nazista, assume o posto de chanceler da Alemanha, nomeado pelo presidente Hindemburg com apoio dos partidos da direita tradicional e das burguesias alemã e imperialista. A tarefa a ser cumprida por Hitler seria o extermínio sistemático de toda a esquerda alemã, seu banimento permanente da vida política do país por mais de uma década, com a perspectiva de eliminá-la definitivamente.
A chegada de Hitler ao controle do aparelho de Estado responde aos anseios da burguesia. Assustada com as consequências da crise de 1929 e a crise política e social que se arrastava, em especial pelo desemprego de 4 milhões, percebeu o perigo que as organizações operárias e os partidos de esquerda representavam para sua dominação de classe. Os nazistas incorporaram a experiência do fascismo italiano, aprimorando-a.
A política desastrosa dos principais partidos de esquerda alemães, o Partido Social-Democrata (SPD) e o Partido Comunista Alemão (KPD), mostraram sua incapacidade de mobilizar os trabalhadores nas ruas e armá-los para resistir ao avanço da extrema-direita nazista. Após uma série de zigue-zagues e idas e vindas, os partidos tradicionais da burguesia votam plenos poderes para Hitler no Parlamento (Reichstag) para que pudesse implementar uma política de terror contra os trabalhadores e suas organizações políticas e sindicais. As forças de repressão então incorporam as forças paramilitares nazistas.
Hitler, com plenos poderes, promove um amplo expurgo em toda a esquerda, bairro por bairro, casa por casa. Deputados do SPD e KPD são presos ou exilados e os partidos são postos na ilegalidade, com suas gráficas e estruturas completamente destruídas. Os sindicatos são tomados pelas forças nazistas, que enviam os líderes operários para os campos de concentração. A burguesia de conjunto tinha-se decidido por um regime de força contra a esquerda e os trabalhadores, e os nazistas e seus métodos de terrorismo foram os meios funcionais para atingir esse objetivo.