Chiang Kai-Shek dissolveu, em 23 de dezembro de 1940, as organizações comunistas que atuavam na China.
O contexto histórico era o da luta contra a invasão japonesa da China. O Partido Comunista Chinês (PCCh) propôs a política da Frente Única Anti-japonesa ao partido nacionalista, o Kuomintang (KMT). A ideia era formar uma frente única para lutar em conjunto contra o regime fascista japonês, que havia invadido a China para transformá-la em uma colônia. Os japoneses cometiam todos os tipos de barbaridades e atrocidades contra a população chinesa, encarada como uma “raça inferior”.
Chiang Kai-Shek, o comandante das forças militares do KMT, assinalava que os comunistas eram um perigo ainda maior que os próprios invasores nipônicos. Na década de 1930, o KMT realizou três grandes operações militares para exterminar os guerrilheiros comunistas, comandados por Mao Tsé-Tung. A guerra civil entre o PCCh e o KMT durou muitos anos, porém diminuiu de intensidade devido ao Japão, que forçou uma mudança na situação política. É importante destacar que Chiang, apoiado pela burocracia stalinista da União Soviética, foi um dos principais responsáveis pelo massacre do levante dos comunistas em 1927 e a derrota da segunda revolução chinesa.
Com o passar dos anos, o KMT estabeleceu uma ditadura na China e aplicou uma política de coligação com o imperialismo. Na época, o imperialismo tinha como o eixo central de sua política a repressão e o extermínio dos comunistas, que visava impedir uma revolução na Ásia. O KMT dedicou-se a uma repressão feroz contra o Partido Comunista da China.
De 1928 até 1949, Chiang Kai-Shek ocupou a presidência da República da China. Com a derrota do KMT na guerra civil que se seguiu à expulsão japonesa, entre 1945 e 1949, Chiang fugiu para Taiwan, protegido pelo imperialismo. Na Ilha de Formosa, agora proclamada como um país independente, governou de 1950 até 1975. Em Taiwan, o governo do KMT implementou a perseguição aos comunistas, socialistas e todos os opositores de seu governo.
Com a Segunda Guerra Mundial em andamento, o líder do KMT receava que os comunistas chegassem ao poder, uma vez que conquistavam a simpatia e adesão das massas, na medida em que se destacavam na luta guerrilheira contra o inimigo estrangeiro. Em uma tentativa de impedir o que viria a ocorrer nove anos mais tarde, Kai-Shek dissolveu pela força todas as organizações comunistas ativas na China. Para ele, os japoneses eram uma doença de pele, enquanto o comunismo era uma doença do coração, ou seja, era um mal mais perigoso.