Em 15 de dezembro de 1500 faleceu Pero Vaz de Caminha que tomou destaque investido de suas funções como escrivão da armada de Pedro Álvares Cabral. Sua carta datada de 1º de Maio, ao soberano D. Manuel I, é um dos três testemunhos que marcam o nascimento da colônia do Brasil.
Pero Vaz de Caminha nasceu na cidade do Porto, suponha-se que por volta de 1450, foi um fidalgo português designado em diversas ocasiões como escrivão, herdando do seu pai a posição de mestre da balança da Casa da Moeda, espécie de escrivão e tesoureiro. Seu pai, Vasco Fernandes de Caminha, foi cavaleiro do duque de Bragança, o próprio Caminha foi cavalheiro das casas de D. Afonso V (1438-1481), de D. João II (1481-1495) e de D. Manuel I (1495-1521).
Caminha teria participado da batalha de Toro (2 de Março de 1475) conflito sobre a sucessão de Castela. Caminha também teria desempenhado papel como vereador da cidade do Porto, sendo nomeado diretamente D. Manuel I, que lhe teria afeição, redigindo nessa ocasião os Capítulos da Câmara Municipal do Porto, a serem apresentados às Cortes de Lisboa.
No ano de 1500 foi nomeado como escrivão da futura feitoria em Calecute, na Índia. Em decorrência dessa nomeação o mesmo foi integrado à armada de Pedro Álvares Cabral. A armada teria partido de Lisboa rumo a Calecute, no dia 9 de março de 1500, com 13 navios e aproximadamente 1500 homens sendo a maior armada já organizada por Portugal até aquele momento. Após a armada chega na Índia com apenas 7 navios, Caminha teria sua em Calecute, através de um combate durante o ataque muçulmano à feitoria.
Caminha entraria para história ao narrar em carta ao Rei Dom Manuel os acontecimentos daquele primeiro contato com as novas terras, bem como suas impressões sobre as mesmas. A carta descreve momentos da passagem da armada como: “Junto à boca do rio, vinte homens pardos se aproximam do escaler, todos nus, sem nenhuma veste que lhes cobrisse as vergonhas”.
Bem como aspectos das novas terras: “Esta terra, Senhor, me parece que da ponta que mais contra o sul vimos até a outra ponta que contra o norte vem, nós deste porto houvermos visto, será tamanha que haverá nela bem vinte ou vinte e cinco léguas por costa. Nela, até agora não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro”.
Caminha termina com: “Deste porto seguro de vossa ilha de Vera Cruz, hoje, sexta feira primeiro dia de maio de 1500”. Na manhã seguinte, dia 2 de maio de 1500, Gaspar de Lemos retornaria a Portugal levando as cartas do Capitão-Mor Pedro Álvares Cabral, do físico Mestre João e do escrivão Caminha.
No geral há uma campanha amplamente divulgada pela esquerda pequeno-burguesa, que tem uma posição anarquista, anticientífica e bárbara em relação à história do Brasil. Essa posição pequeno-burguesa é uma posição fundamentalmente moral, como se a colonização não fosse um progresso para a humanidade. A história demonstra que esses processos de colonização tiveram um aspecto fundamental para a expansão do capitalismo e inauguraram o advento da idade moderna.