Neste dia 15 de outubro, se completam 75 anos desde a execução de Pierre Laval pelo governo de Charles de Gaulle na França. Anteriormente, Laval ficaria conhecido por ter agido em colaboração com os nazistas durante o chamado Regime de Vichy, que foi vigente no país durante a invasão dos alemães.
Pierre Laval (nascido em 28 de junho de 1883) começou sua carreira política como membro do Partido Socialista. Advogado de formação, foi eleito para a Câmara dos Deputados em 1914, tendo se posicionado contra a Primeira Guerra Mundial. Seu mandato termina em 1919, quando não consegue se reeleger.
Posteriormente, ele sai do Partido Socialista e passa a atuar de forma independente, tendo sido eleito prefeito de Aubervilliers e, em 1924, retorna a Câmara ainda sem nenhum partido, tendo sido eleito para o senado três anos depois. Ele teve diversos cargos no governo até ser eleito Primeiro-Ministro da França, em 1931. Seu governo, no entanto, caiu apenas um ano depois. Em 1935, ele volta a ser Primeiro-Ministro, mas dessa vez dentro de um partido da direita.
Neste período, devido ao crescimento do fascismo no país (com o surgimento de muitas organizações fascistas francesas diferentes), a classe operária francesa se coloca em grande efervescência, tendo realizado duas gigantescas greves gerais, uma em 1936 e outra em 1938. Essa situação pré-revolucionária deixa a burguesia em um beco sem saída. Então, quando começa a Segunda Guerra, eles entregam o país nas mãos dos alemães, a fim de procurar suprimir o levante da classe operária.
Deste modo, os nazistas substituem a burguesia francesa, que foi incapaz de impor um governo de extrema-direita próprio no país, e passam a controlar uma parte da França, inclusive Paris. A outra parte do país fica sob controle dos elementos fascistas franceses, chamado Governo da República de Vichy, que é também totalmente subserviente aos alemães. Os nazistas, com a ajuda da extrema-direita francesa, colocam o país em um verdadeiro regime de terror.
Pierre Laval, assim como toda a burguesia francesa e os partidos políticos que a representavam, já havia assumido uma posição totalmente pró-fascismo e, particularmente, pró-nazismo. Ele foi colocado como ministro de estado na República de Vichy e passou a atuar no sentido de desmantelar todas as garantias democráticas da república francesa e torná-la cada vez mais parecida com o regime fascista alemão.
Em 1942, ele retoma o poder na República de Vichy, se tornando Presidente do Conselho, Ministro das Relações Exteriores, Ministro do Interior e Ministro da Informação, o que o caracteriza como o líder maior desta república. A partir daí, ele faz uma defesa aberta do fascismo, citando a necessidade de uma melhoria nas relações da França com a Itália e a Alemanha, para que estes pudessem vencer a guerra. Caso contrário, o mundo seria tomado pelo chamado “bolchevismo”.
Em 1945, após o fim da Guerra e a desocupação da França, ele foi perseguido e capturado pelo governo de Gaulle. Foi declarado culpado por conspiração contra a segurança do Estado e conspiração contra o inimigo. É interessante ressaltar a contradição disso, visto que toda a burguesia francesa estava ao lado do nazismo. Sua execução se deu no dia 15 de outubro na Prisão de Fresnes. Ele procurou “trapacear” tomando veneno antes do fuzilamento, mas este foi inefetivo. Ele morreu aos gritos de “Viva a França!” e “Assassinos!”