A Guerra do Vietnã foi um dos conflitos mais importantes de todo século XX. Apesar dos erros de seus líderes, principalmente no que diz respeito aos acontecimentos que acabaram por gerar a guerra, o feito histórico demonstrou de uma vez por todas que nem o setor mais forte do imperialismo é capaz de derrotar uma revolução.
A guerra é precedida pela segunda guerra mundial, em que, ainda sendo uma colônia da França, os comunistas da Indochina (hoje composta por Vietnã, Laos e Camboja) são instruídos pela União Soviética de Stálin a lutarem pela liberdade da França após a criação da chamada República de Vichy, que nada mais era do que um estado fantoche dos alemães nazistas. Durante o período, os japoneses, aliados da Alemanha, também invadiram o território.
Após a queda da Alemanha na guerra, os japoneses acabaram por expulsar os franceses do território, que eram aliados ao partido nacionalista Viet Mihn, criando um estado imperial colonizado pelos japoneses. Com a dominação japonesa e uma grave crise de fome que se seguiu, o Viet Mihn acabou por incentivar saques a depósitos de comida e a dominação se encerrou com a rendição dos japoneses na guerra.
A burocracia soviética não só impediu que o povo da Indochina se levantasse contra o imperialismo de conjunto, como determinou que a área pertencia ao imperialismo francês, durante a Conferência de Berlim, quando a burocracia agiu como um estado imperialista decidindo a partilha de todo o planeta. No entanto, forças chinesas tomaram o norte do país, enquanto os britânicos acabaram tomando o sul.
Em 1946, houveram eleições no país, com o norte votando massivamente no Viet Mihn de Ho Chi Mihn. Com a saída gradual dos chineses da região, o stalinismo mais uma vez ajudou o imperialismo e fez o líder vietnamita assinar um acordo com os franceses, para que eles fossem ocupando gradualmente a região em troca de fazer com que o norte fosse uma república livre dentro da comunidade francesa.
Os imperialistas tomaram o norte e expulsaram o Viet Mihn do território, o que fez com que o partido iniciasse uma guerrilha contra a dominação imperialista, o que deu início à chamada Primeira Guerra da Indochina, o que envolveu todo o Vietnã, mas também o Laos e o Camboja.
Nesse período, após uma mudança nas orientações da burocracia soviética, os países ditos socialistas passaram a pressionar para que o Vietnã fosse independente, com sede em Hanói.
Os vietnamitas expulsaram os franceses do país apenas em 1954. No entanto, mais uma vez a burocracia soviética realizou um acordo com o imperialismo, na Conferência de Genebra em 1954. Ali, ficou decidido que o Vietnã seria temporariamente dividido entre o norte e o sul, até que eleições realizadas em 1955 reunificassem o país.Contra sua vontade, Ho Chi Minh foi instruído a embarcar totalmente nas eleições.
Ho Chi Minh acabou por ser eleito no norte, enquanto no sul em uma eleição completamente manipulada, o católico de extrema direita Ngô Đình Nhu foi eleito, dando início a uma grande perseguição aos socialistas, mas também a grupos de outras religiões que não a sua, em um país majoritariamente budista.
Em novembro de 1955, guerrilhas começaram a se formar, embora a revolução no Vietnã do Sul começasse de fato cerca de 4 anos depois. Dentre essas guerrilhas, estiveram os famosos Viet Cong, que significavam nada mais do que “Comunistas do Vietnã”.
Embora desde o início o norte sempre tenha ajudado as organizações do sul, somente em 1960 é que a guerra de fato entre os dois estados se inicia, com exércitos de ambos os lados. O imperialismo (principalmente os EUA) agia em favor do sul, levando armas e suprimentos, porém, somente em 1965 os Estados Unidos entrariam na guerra, após criarem um atentado falso contra um de seus próprios navios no Golfo de Tolkin, com a tentativa de incitar a população a favor da guerra. Em 2005, veio à tona que tudo foi uma armação do próprio estado dos EUA, após a divulgação de documentos secretos.