Vivemos em tempos curiosos. Com todo o poder acumulado pelas grandes empresas imperialistas, que controlam governos de todo o planeta através de uma gigantesca teia de conspirações em toda parte, os mesmos imperialistas conseguiram introduzir na cultura popular a chamada “Teoria da Conspiração”. De acordo com esta visão, essas conspirações, que acontecem todo o tempo, em todos os lugares e em todos os níveis, na realidade seriam apenas uma “teoria”, e não uma realidade.
Pois bem, o que esta matéria denuncia é uma gigantesca conspiração – mais uma – contra o Brasil. Depois do golpe de Estado, planejado de fora do Brasil e que começou com a derrubada fraudulenta de Dilma, seguido pela destruição dos padrões de vida dos trabalhadores, da prisão de Lula e agora, com a “vitória” eleitoral de Bolsonaro, o regime político se prepara para mais um grande golpe: uma política de controle excessivo, ainda maior do que o que já existe, sobre todos os partidos políticos.
A notícia apareceu no jornal golpista Folha de S. Paulo. O movimento que projetou a famosa Tábata Amaral, que viralizou como “Batata Liberal” nas redes sociais e dezenas de outros políticos de direita, do DEM, do PSL e outros partidos direitistas, está se desenvolvendo e agora levanta a sua cabeça ameaçadora. O plano agora é “enquadrar”, nas palavras da Folha, todos os partidos políticos. O nome do movimento é Acredito, e assim como o RenovaBR também financiou a “Batata Liberal”. Para conhecer mais o Acredito temos uma página da Wikipedia e o próprio sítio do movimento.
É uma ameaça gigantesca para o Brasil. Trata-se na verdade de colocar um cabresto em todos os partidos políticos. Quer dizer, além de todo o controle sobre as eleições que a burguesia já tem, seja através dos tribunais, da grande imprensa ou de outras instituições ou da infiltração de elementos direitistas nos partidos de esquerda, o plano agora é obter um controle total sobre os partidos políticos.
A matéria da Folha afirma que o objetivo do Acredito é aumentar a “transparência” dos partidos, bem como “democratiza-los”. Como exemplo, são dados os casos de Tábata, do PDT, e Felipe Rigoni, do PSB, que podem ser expulsos de seus partidos porque votaram a favor da Reforma da Previdência. Quer dizer, o movimento quer liberdade para que os parlamentares votem à favor dos grandes capitalistas, e que se lasque a posição do partido.
O objetivo é claramente controlar todo o sistema político brasileiro, obviamente que disfarçado com “belas intenções” como “transparência” e “democracia”. Trata-se justamente de uma tentativa de controlar os partidos por dentro, interferindo gravemente na autonomia partidária. A esquerda e o movimento democrático e popular deve rejeitar frontalmente o controle estatal sobre os partidos políticos, principalmente no atual período de golpe em que estamos vivendo.