Nesta última terça-feira (9), Tábata Amaral estava exultante em seu Twitter.
Comemorava, como um excelente resultado de “sua luta”, que mulheres impossibilitadas de contribuir por mais de 15 anos com a Previdência Social vão passar a receber apenas 60% do benefício que teriam direito atualmente, se o roubo da previdência for definitivamente aprovado.
E para não deixar dúvidas sobre a sua alegria golpista descarada o corte de 40% sobre o já miserável benefício da aposentadoria do INSS, foi creditado pela deputada do PDT, como uma “vitória da bancada feminina”. Esta menção à bancada das mulheres não é casual.
Tábata Amaral coloca em prática uma estratégia cada vez mais evidente do imperialismo: justificar medidas de endurecimento da opressão que atinjam com força determinados grupos oprimidos, usando para isto pessoas que possuam justamente a imagem destes mesmo grupos.
Fernando Holiday, por exemplo, tem sido muito útil para a burguesia ao fazer o papel de negro que defende abertamente a opressão aos negros.
Tábata, da mesma forma, usa de sua imagem, como mulher, para defender uma reforma que certamente levará milhões de mulheres a um estado da mais massacrante miséria e completa degradação social.
Em suas bem calculadas mensagens e discursos, Tábata sempre tenta se expressar a partir do ponto de vista das mulheres, como se estivesse ao lado delas e realmente fosse “mais uma” nesta luta.
Trata-se de um velho golpe da burguesia: produzir uma verdadeira escória de traidores do povo, comprando a consciência de gente que não tem qualquer escrúpulo em entregar de bandeja, aos exploradores, a cabeça de milhões de pessoas que dizem proteger.
Mussolini foi talvez o exemplo maior desses oportunistas comprados pela burguesia. Ainda que tenha sido, em algum momento, um militante do socialismo, após passar pelas “generosas” mãos da burguesia, levou avante o fascismo que destruiu o movimento operário italiano, o mesmo movimento que ele, Mussolini, dizia ser seu grande defensor.
Não é por acaso que a assim chamada “bancada feminina”, tão exaltada pela traidora Tábata, é composta por gente como a fascista Joice Hasselmann, além de diversas outras deputadas do PSL, PP, PSDB, PL, que seguem a mesma linha de serviçais dos piores interesses contra o povo.
É uma bancada que conta com a coordenação geral da deputada do DEM de Tocantins, Dorinha Seabra, que carrega na sua história parlamentar o voto pela aprovação da reforma trabalhista. Dorinha, inclusive, mostrou com toda clareza para quem este tipo de traidoras servem, ao votar a favor do impeachment da única mulher Presidenta da República, Dilma Rousseff.
Também não é por acaso que, além de Tábata, quem comemorou muito a ajuda da bancada feminina foi justamente o “garoto-propaganda” do roubo da Previdência, Rodrigo Maia. Ele inclusive deixou claro que a ajuda desta bancada foi fundamental para os golpistas conquistarem mais votos para a reforma.
Tábata é a face mais visível do golpe que muitos estão tentando aplicar nos brasileiros, criando toda uma discussão de mentira, um verdadeiro teatro, em que a “humanização” da reforma da previdência seria o resultado de uma luta imaginária das mulheres.
Não existe nenhuma “humanização” para o assalto, para o roubo, para a patifaria que está sendo feita com o povo brasileiro, tirando milhões dos mais pobres, dos mais velhos, dos doentes, justamente as pessoas mais oprimidas, e, principalmente, das mulheres, que são as que sofrem mais violentamente os efeitos da sociedade de exploração em que vivemos, para entregar tudo nas mãos poderosas e milionárias de meia-dúzia de bancos e empresas imperialistas.
A única opção que possa ter algum caráter humanitário nesta situação é derrubar esta reforma, por completo.
Mas a luta dos oprimidos contra os seus opressores sempre se viu diante de traidores como Tábata, Holiday e Mussolini, que muitas vezes na história tentaram convencer o povo que é melhor ter menos direitos, viver na miséria e ser cada vez mais explorado.
A burguesia simplesmente não pode dizer a verdade crua e nua porque a exploração brutal é a única maneira que ela possui para se manter como classe social, ainda mais frente a profunda e irreversível decadência do sistema capitalista.
Enganar o povo, dando um sabor mais palatável a medidas que apenas trarão ainda mais riqueza aos bolsos de banqueiros e grandes empresários imperialistas, a custa de levar a fome e a miséria a milhões, esta é a “luta” a que Tábata, na verdade, se refere. Não é a luta das mulheres oprimidas. É luta da burguesia, que depende da traição sem vergonha de gente que aceite enganar aos seus iguais. E que pessoas sem caráter, como Tábata Amaral, anseiam por se engajar.