Os recentes escândalos da operação Lava-Jato trouxeram à tona o problema da justiça brasileira. A justiça sendo um instrumento poderoso do Estado serve aqueles que o controlam, por isso no Brasil os tribunais estão diretamente envolvidos com a política de encarceramento em massas, perseguição aos negros e ao partidos de esquerda. As trocas de mensagens entre Moro e Dallagnol são um nítido retrato de como funciona um dos órgãos mais importantes para a burguesia na luta de classes.
Contra Lula, os esforços e a vontade do juiz ultrapassavam a do próprio procurador, que muitas vezes hesitou e duvidou da capacidade de levar adiante um processo sem nenhum resíduo de provas.
O acordo pode ser tanto entre juiz-promotor, como também de juiz-advogado de defesa. Se lembrarmos casos como o de Aécio, que está em liberdade mesmo tendo toneladas de provas que o incriminam, entenderemos que tudo depende da vítima e não dos fatos em si.
A capacidade de vigiar e controlar a vida dos indivíduos são proporcionais à necessidade que tem a burguesia de dominar a população para permanecer como classe dominante.
Para entender melhor a situação, basta lembrar que o Estado brasileiro é composto em grande medida pelos mesmos integrantes ou integrantes pertencentes às castas que comandavam o país durante a ditadura militar. Embora o regime tenha sido aberto para outros partidos, muitos políticos permaneceram em Brasília e a mudança no judiciário é praticamente nula. O juiz está sempre protegido pela lei, por isso, aqueles que permitiram atrocidades durante a ditadura, hoje ajudam o imperialismo americano passando por cima da constituição.