A crise entre a burguesia vem aumentando em razão da reforma da Previdência. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e o Ministro da Economia, Paulo Guedes, trocaram farpas sobre as alterações que o legislativo está fazendo para tentar aprovar a reforma.
Os itens modificados e retirados da reforma pelo relator Samuel Moreira (PSDB-SP) que tangem os servidores públicos criou um conflito direto com Guedes. O ministro apelidou as modificações resultantes da pressão dos servidores de reforma de “lobbystas”.
Paulo Guedes foi colocado no governo Bolsonaro pela sua proximidade com o centrão, que desde as eleições tenta tutelar o cão raivoso que está na presidência, porém a crise chegou a níveis que nem mais a burguesia tradicional se entende com o homem de confiança que eles botaram no governo Bolsonaro.
Maia, após a reprovação e os ataques de Guedes, mostrou que a briga entre o executivo e o legislativo é enorme. Em uma entrevista à Rede Globo ele disse “nós (parlamentares) blindamos o parlamento brasileiro das crises que são geradas pela usina de crises que o governo tem a cada dia a cada semana no Brasil”, sua declaração deixou claro que já não agem mais em conjunto e que os parlamentares estão desesperados com o caos que tem sido o governo e , sobre tudo, a pauta da previdência, cuja dificuldade de aprovar vem desde o governo Temer. Maia também disse que o governo não tem base, que era uma das poucas coisas que fez com que a burguesia se unisse em torno de Bolsonaro.
A fala de Paulo Guedes sobre os servidores é irônica pois ele representa a ala dos lobbystas dos banqueiros internacionais que mandam na política brasileira, exigindo uma reforma da previdência para salvar seus bolsos enquanto o povo morre na miséria.
A reforma ainda não está aprovada. Manter Bolsonaro está ficando cada vez mais difícil, ao passo que as crises da “usina de crises” aumentam, as manifestações contra o governo também, porém, tirá-lo para botar um vice seria aprofundar ainda mais a crise dentro do governo, botando no lugar do capitão, um general não eleito que herdará todas as crises dos governos anteriores.